Sou a primeira a reconhecer que resistir ao desamor não é para todos, mas serei sempre das primeiras a garantir que teremos como sobreviver-lhe, não importa o tombo ou o arrombo. De repente, passado o tempo que cada um necessita ou se obriga, acordamos sem mazelas e sem esperar, numa espera desesperada, por quem nunca teria como voltar. Sou a primeira, agora, a não desvalorizar a dor que um coração vazio provoca e a imensidão de espaço que se cria entre o que somos e o que julgávamos ser quando sentíamos por dois, mas permanecerei das primeiras a impulsionar a necessidade de regressarmos às partes de nós que descurámos, porque a verdade é que nunca perdemos a chave que abre cada uma das portas que guardam a solução, apenas a colocámos longe da vista.
Sou a primeira, sempre fui, a não duvidar que o amor cura qualquer mal, por maior que seja, mas por vezes todo o desamor que prolifera consegue deixar no ar o "pólen" da desconfiança, porque NUNCA me lembro de ver tantas almas sem rumo e tanta necessidade de não se ter necessidade de alguém, mesmo com todo o mal que isso acarreta.
Sou e serei, SEMPRE, das primeiras a garantir que se o amor vier, o receberei com tudo o que sou e tenho, sem medir nem pesar demasiado, porque a viagem terá que valer MAIS do que a chegada.
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