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2.7.22

Três dias!

julho 02, 2022 0 Comments



Foram apenas 3 dias, mas conseguimos repor todas as energias de que iremos precisar para nos mantermos juntos e nada foi feito com pressa. Acordava bem cedo e procurava tudo o que te iria fazer começar para mais momentos só nossos. O pequeno-almoço tinha um toque especial, com um cuidado acrescido que te punha sempre um enorme sorriso de satisfação, afinal de contas ainda não sabias como era dormir e acordar comigo. Raramente terminávamos a refeição sem antes nos voltarmos a amar e era mesmo amor que fazíamos e até os toques pareciam diferentes, talvez porque nos sabiam ao sabor que só pode ter uma relação que caminha no mesmo passo. 

Nada nem ninguém nos fez falta. A televisão debitava os sons que nem sequer ouvíamos e as pessoas que fazem parte de nós ficaram do lado de lá, até porque os sabíamos bem e fomos apenas nós em cada segundo. Desta vez consegui olhar, com enorme atenção e desejo, para cada pedacinho de ti. Memorizei todos os sinais, segui bem de perto até a forma como pestanejavas, quantas vezes e como fechavas os olhos quando te tocava, afagando os cabelos que gosto de cheirar, quando me meto toda em ti, permitindo que sejas tão meu que nada do que me pertence fica por te oferecer. A praia não serviu para nos banharmos, mas aproveitámos o sol, fizemos caminhadas longas, onde falámos de tudo e onde por vezes apenas nos deixámos sentir, de mãos dadas, tão apertadas, que a dor se substituía à certeza de estarmos ambos ali, um com o outro.

- Não sabia o quanto precisávamos de estar assim, de contrário já o teríamos feito. Já te disse hoje que  
  te amo mulher da minha vida?
- Por acaso disseste, mal abriste os olhos e soube-me tão bem que já só nos quero ter sempre assim,  
  apenas nós, porque não preciso de mais nada. Nem eu sabia que te podia amar  desta forma. 

Agora sei que sou a mulher que reconheces e que és o homem que preciso de ter ao meu lado e para isso bastou que nos mantivéssemos juntos, um no outro o tempo todo. Os duches foram sempre demasiado longos, até que o corpo reclamasse da posição e as nossas mãos já não tivessem mais corpo para percorrer. A cama nem se fazia, apenas se compunham os lençóis que teimavam em escorregar, talvez porque na verdade não eram precisos. Tudo à nossa volta parecia desaparecer e as horas, que antes nos fugiam, estendiam-se até que a fome nos acordasse e trouxesse de volta a este mundo. Se duvidas existiram, agora ficou-nos a certeza de que ainda temos muita estrada para percorrer, afinal de contas o mais importante já existe e tudo o resto virá naturalmente, encaixando-se nos nossos intervalos, quando pudermos parar de nos amar.

12.6.19

Parceiros para sempre!

junho 12, 2019 0 Comments
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O Pedro e a Carlota são parceiros na guerra e no amor. Não se conseguem despegar um do outro e já lá vão seis anos de separação. Não passam um dia, que seja, sem se verem, ou falarem. Desculpam-se com as crianças, mas na realidade já não sabem como estar um sem outro, mesmo com as habituais discussões acesas e mesmo que discordem do que já discordavam enquanto casal. As desculpas acerca do alegado divórcio prenderam-se com as incompatibilidades, vontades e sonhos díspares, porque na realidade são a água e o vinho, misturam-se sim, mas um estraga o outro.

Seis anos depois ainda não encontraram um parceiro que os sirva, passam o tempo a detectar defeitos nos pobres dos seres que tentam, em vão, aproximar-se quer de um quer de outro. As fasquias estão a cada passo mais altas e quem os vê aceita-os como o casal que não é casal, mas que se mantém casal.

Estamos todos um pouco curiosos quanto ao final desta história. Quem sabe não terá ainda contornos imprevisíveis, mas cá para mim, vão acabar num banco de jardim, já para lá dos oitenta anos, a discutirem sobre o que não concordam, a repisarem nos gostos e vontades de cada um, mas sem se olharem convenientemente, simplesmente porque alguns parceiros são para sempre!

7.1.18

Será que ainda te lembras?

janeiro 07, 2018 0 Comments
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Será que ainda te lembras de onde nos conhecemos, do tempo que demoraste até me convenceres dos teus avanços meio loucos, mas que me faziam rir até da minha teimosia? Sim, era pura teimosia, porque eu sabia, soube sempre, mal me tocaste a primeira vez, assim que me estendeste a mão para me ajudares a entrar na viagem mais louca da minha vida, que serias tu e foste!

- Olha o teu café fumegante, exactamente como gostas.
- Senta-te aqui minha princesa, aninha-te a mim.

Os nossos começos de noite passaram a ter o mesmo ritual, os dois no alpendre da casa, tu à espera que te trouxesse um café em forma de tesouro, porque me empenhava para que que cada um soubesse melhor do que todos os outros, e que chegasse eu para ficarmos debaixo da mesma manta, abraçados, recordando tudo o que nunca teremos forma de esquecer e que fez a história que ainda estamos a escrever.

- Lembras-te de como me ias sempre mimar ao intervalo do almoço?
- Ui, se lembro, eram os nossos momentos de oiro. Os beijos tinham um sabor incrível, eram contados ao segundo e ficava-me sempre a sensação de que sabiam a pouco e de que te deveria raptar, se fosse mais louco, se te amasse mais e até que o teria feito.
- Deixa-te disso, tu sabes que me amas mais do que pareço precisar, mas não te ponhas com ideias agora, está tudo bem assim, eu gosto desse teu gostar e sabes que não teria mudado nada.

Nunca me esqueço de agradecer, um dia que seja a pessoa que entrou assim, na minha vida, para fazer de mim um ser tão especial, porque nós somos da forma que nos vêem, a nossa verdadeira importância está no que conseguimos passar aos outros, tocando-os e fazendo tudo valer a pena. Eu sou a mulher do homem que permanecerá ao meu lado, até que o final de um de nós chegue e nos solte, mas por muito pouco tempo, um do outro, porque os amores assim não são quebrados, apenas mudam de dimensão, rasgam novos tempos e continuam para lá das histórias que ainda não sabemos contar. Eu sou a mulher cuja felicidade deixou de ser apenas um desejo e conseguiu, ainda nesta vida, unir-se ao homem que me acompanhará para sempre, em todas as outras. Disso não tenho qualquer dúvida.

Será que ainda te lembras de como te dizia saber que te iria amar por mil anos?
- Lembro-me meu amor e de responder, como faço agora, que te iria amar por outros mil, por todos quantos conseguirmos continuar a reconhecer-nos.

4.11.17

Quando amamos, amamos, pronto!

novembro 04, 2017 0 Comments
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Sabem o que acontece quando um amor não termina?

Não vale a pena querer seguir em frente, arranjando um novo amor que substitua o único que se deseja. Por mais que sejamos cuidadas, amadas, incentivadas a andar em frente e a começar de novo, se o que sentimos não mudou, estaremos apenas a enganar-nos!

O Alexandre é um verdadeiro cavalheiro, cuida de cada um dos meus desejos, até dos que nem sabia que tinha. Com ele passei a gostar de bons designers, de sapatos feitos à medida, de jóias personalizadas, de tudo o que uma mulher sonha. A sua vida profissional consumia-o, mas fazia sempre crescer os dias para estar comigo.

Jantávamos às 11, almoçávamos às 4 da tarde, namorávamos até altas horas, adormecíamos e acordávamos a fazer amor, partilhávamos até os suspiros, ele era uma descoberta constante e um prazer assumido.

- Minha querida, acho que chegou a hora de te pedir para te mudares para a minha casa, o que me dizes?

Fiquei muda, sem conseguir articular uma única palavra. De repente, do nada, a imagem do Paulo, as constantes mensagens de voz no telemóvel, tudo isso passou pelo meu pensamento. Se eu desse este passo, seria para recomeçar, seria para deixar para trás, para sempre, o que tivera e me fizera tão feliz, mas que correra mal. Aquele homem era o meu castigo eterno, nada fazia sentido sem ele e os meus dias eram camuflados, eu vivia uma mentira constante, e nunca, por nenhum segundo, deixara verdadeiramente de pensar nele. Ele era o que o meu corpo, mente e alma desejavam, mesmo que não me personalizasse as jóias, ou me levasse a jantar a Madrid. Como poderia eu cortar com o cordão que me permitia respirar?

- Querida?
- Sim, Alexandre, apanhaste-me de surpresa, desculpa. Não sei o que dizer...
- Diz que sim, vem acordar sempre na minha cama, na nossa cama. Podes mudar a decoração inteira da casa, pô-la ao teu jeito, revira-a do avesso, deita paredes abaixo...

Eu já não o ouvia, não podia, era demasiado para mim ter que cortar e desistir. Dei comigo a correr, descalcei-me e corri sem sentir qualquer dor, o meu cérebro gritava-me que era agora e que precisava de parar de me enganar, de me esconder...

Subi os dois andares do meu prédio, nem sei bem como, e quando entrei corri para o armário onde "escondera" a caixa com a outra parte da minha vida. Agarrei ansiosa a sua foto, e sentada no chão, ri chorei e entendi, era ele, teria que ser ele, sempre e só!

- Estou, Paulo?

28.7.17

Lembro-me...

julho 28, 2017 0 Comments
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Feelme/Lembro-me...Tema:Contos!

Lembro-me ainda, das palavras fortes, cheias de ódio, que nos largámos a ambos e da tua fraqueza quando saíste pela porta de onde nunca mais te voltarei a ver entrar. Lembro-me de como chovia, dos trovões que se sucediam aos relâmpagos que iluminavam tudo à sua volta, até mesmo a nós, dois seres tão feridos, que nem o amor que carregáramos antes conseguia sossegar a tempestade interior.

Permitimos que se acumulassem culpas, que o tempo nos empurrasse para vários amanhãs, nos quais deveríamos ter sido capazes de falar sobre o que nos doía. Permitimos que falhássemos ambos, na nossa promessa de nos contarmos tudo e de nunca adiarmos o que só acabaria a crescer de forma descontrolada. Permitimos que num único momento, que eu nunca mais esquecerei, nos afastássemos um do outro e desistíssemos do que mais ninguém tinha e que tanto nos custara a criar.

Foi num dia assim que nos conhecemos, mas dessa vez a chuva abrigou-nos o interior que estava demasiado atormentado para sentir a tormenta lá fora. Não chegámos a falar, apenas nos encostámos, de forma inconsciente um ao outro, e esperámos, sentindo-nos verdadeiramente acompanhados, pela primeira vez desde há muitas dores lá atrás. Nunca mais me libertei do teu cheiro e o teu arfar ritmado passou a ser a minha melhor forma de adormecer. Foi num dia assim que te pude olhar, quando de repente, como se nunca tivéssemos sequer estado ali, o mesmo tempo que nos empurrara um para o outro, se limpou e nos limpou por dentro. Foi num dia assim que acabámos a trocar contactos, ainda de forma silenciosa, como se alguém nos estivesse a soprar - aceita-o - aceita-a...

Não sei de onde nos saiu tanta mágoa e porque saímos de nós, esquecendo tanto que nos pertencia, não sabendo como nos impedir de impedir o outro de sofrer, tanto, que tiveste que me deixar para trás, sozinha, impotente, porque foi num dia igual ao que te trouxe que me foste levado, e já nada poderei fazer ou dizer para te trazer de volta, para te abraçar e pedir desculpas pelos minutos de um desamor que fora capaz de encobrir todo o amor que te tinha.

Agora só posso imaginar o que me dirias quando voltasses a entrar, o quanto se abririam os teus braços para que me aninhasse e te pedisse um perdão sentido. Agora nada conseguirá reverter o que fiz, e se a dor que te infligi tiver sido tão grande quanto foi a tua perda, nunca mais te conseguirei voltar a encontrar, em todas as outras vidas que eu jurava estarem-nos reservadas. Agora fico como estava antes de ti, sozinha, sem ter como partilhar o que me ensinaste e sem me importar com o lado da cama no qual estarei enquanto todas as horas passarem, e eu continuar aqui, à espera de que o num dia igual àquele em que te perdi, possa também eu ser levada, de forma tranquila, mas rapidamente, porque nada do que tenho basta para que queira ficar.



31.5.17

Estou a ver a minha vida continuar sem mim!

maio 31, 2017 0 Comments


Ver a minha vida continuar sem mim dá que pensar porque tem sobretudo a ver com as escolhas. Com tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, por puro conformismo, ou pela incapacidade de lutar pelo que nos pertence.

Deixei-nos ir e mesmo que por vezes tenha resistido, rendi-me ao inevitável, mas continuámos a ser os mesmos, com muita história no meio de ambos e com olhares que conseguem chegar ao mesmo tempo. Refizeste a tua vida e tens, supostamente o amor que procuravas. Segui em frente e esbarrei em quem, supostamente me completa, mas de cada vez que nos abraçamos e fazemo-lo muitas vezes, os outros acham que em demasia, o que senti no primeiro dia em que me tocaste, permanece até hoje.

Somos tão iguais que assusta. Temos tanto em comum que não entendo, nem ninguém, o que foi que nos quebrou e o que tanto precisávamos para deixarmos de precisar um do outro. Somos capazes de correrias loucas para nos irmos "salvar". Nunca deixamos de ter tempo, para as dores que cada um sente. É por isso que estou a escrever cada palavra, enquanto te vejo dormir. Estás frágil e doente e eu estou, como estive sempre, a cuidar de ti. Mas do que estou à espera para ser capaz de parar de esperar?

Abriste os olhos, depois de pareceres ter sentido cada som e respiração. Sorriste-me e eu perguntei-me, agora sem as palavras que senti bem fortes - Mas será que vou continuar a ver a minha vida continuar sem mim?

10.3.17

Mentiras!

março 10, 2017 0 Comments
Woman Looking at Sea While Sitting on Beach
Feelme/Mentiras!Tema:Contos!

Fiquei a olhá-lo, quieta, deixando que apenas a cadeira de baloiço fosse espaçadamente abafando os gritos do silêncio.

Tentava em vão recordar-me o que me fizera amá-lo tanto, correr para os seus braços sempre que o avião aterrava. Mudando as minhas rotinas e deixando coisas por fazer e dizer. Eu prometera um dia amá-lo na saúde e na doença, jurara fidelidade, unira o meu coração ao seu, mas agora ansiava por alguém ou algo que me permitissem fugir, correr sem olhar para trás, sem ter que me explicar, sem dramas, sem pedidos de tempo e sem desculpas.

Brincava na areia com as filhotas e de quando em vez deitava-me um sorriso, um olhar, e eu acabava a sentir-me ainda mais miserável. Traíra-o, tivera outro homem na minha cama e coração e gostara, muito, mais do que me recordava jamais ter gostado com ele.

- Carolina ajuda-me amiga, já não sei como estar com o meu marido, aceitá-lo, fingir que o quero e que me dá prazer. Desculpa o desabafo, eu sei que tu e o Rui são o nosso casal modelo.

Como se enganava, as mentiras são tão fáceis de construir e acabam a agigantar-se a cada dia. Eu sei como eu fazia, fingia, pensava no outro, em outros e acabava mal comigo, com uma sensação de "sujidade" interior, sentia ódio do que me obrigava, dia após dia.

- Só temos esta vida. -Recordava-me a minha mãe vezes sem conta e eu acreditava agora que teria de a recuperar, à vida, aquela que me negara a mim mesma em nome de um amor que nunca chegou a acontecer.

Levantei-me, determinada, mais forte do que nunca, sabia ter chegado a hora, precisava de recomeçar a respirar, o meu espaço agigantara-se de repente e eu repetia baixinho que era agora, que queria e iria ter tudo.

- Rui, precisamos de falar...

Ontem!

março 10, 2017 0 Comments
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Feelme/Ontem!Tema:Contos!

Ontem estava inquieta, apetecia-me dançar, ver gente, sentir-me viva, estar aqui, neste mundo, não apenas para cumprir, mas para ser e ter!

Tenho tomado pílulas de calma, de paciência, para que quem já tanto significou para mim não saia magoado, afastado da vida que sempre conheceu. No entanto o meu "eu" continua a ficar para trás e começo a sentir-me exausta, sedenta de escolher o meu próprio destino, de regular os meus dias e noites e de poder, sem qualquer peso ou responsabilidade, ser eu mesma, ir, viver.

Enchi-me de coragem, vesti o meu vestido vermelho, pus o casaco preto e as botas altas até aos joelhos igualmente pretas. Com os cabelos já bem longos, brincos até aos ombros, maquilhagem discreta e muita vontade, fui.

Entrei no bar, a música inundou-me de imediato o corpo e os meus pés rogaram-me que os mexesse. Olhei em redor, caramba, demasiados homens, muitas cabeças que se viraram, antecipando "carne fresca", não foram nada discretos e acompanharam-me com sorrisos e palavras que não descortinei, até à pista, onde fui tentar perceber o ambiente.

Abstraí-me totalmente de mim, de estar num lugar apinhado de gente cujos rostos jamais vira. Deixei que a música me invadisse e usufruí da minha noite de libertação, da minha vontade de decidir e de querer.

De mansinho comecei a seguir os ritmos, o meu corpo não resistiu mais e ali mesmo, no local onde estava, libertei os movimentos que me prendiam, dancei, muito, sem ver ninguém. De repente era como se tivesse sempre feito aquilo, sentia os meus lábios sorrir, o ritmo a invadir-me, a minha sensualidade a sair por todos os poros, do meu ser, da minha vontade e da minha liberdade emocional. Tomar as rédeas à nossa vida parece fácil, mas existem tantas portas para fechar, tanto para deixar no passado...

Ontem a noite foi minha, não conheci ninguém, nem permiti que se aproximassem, só queria ser eu, não me apetecia falar, explicar-me, queria exorcizar medos, celebrar a coragem, regressar à vida. Once again!

26.11.16

Hoje estava difícil!

novembro 26, 2016 0 Comments
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Hoje estava difícil, por isso vais ter que me desculpar porque também me deixo, por vezes, levar pelo medo de não conseguir aguentar, de não poder seguir em frente e de não me impedir de sofrer. A vontade de que me dês colo, que me deixes aninhar em ti e me passes a força que espero consigas ter, deixou-me quase sem respirar, a querer gritar que não quero continuar, que preciso de te tirar de mim, que deveria ser agora, hoje ainda.


Implorei-te que me ajudasses, porque te cabe a ti parar com o que sabemos não ter como prosseguir. Pediste calma e eu acabei a ceder, sentindo, bem dentro de mim, que muito certamente não irá correr bem. Estou, pela primeira vez, a tremer por dentro, a sentir-me insegura e a não entender como e porque cheguei até aqui.

- Porque não paramos já, por favor?
- Queres que isso aconteça neste momento? Aviso-te já para teres cuidado com a resposta.

O medo de onde isto nos levará é grande, mas perder-te é o meu pesadelo. Sinto um medo irracional, porque nem sequer te tive ainda, mas já preciso tanto de te manter.

Estava difícil hoje e é por isso que me sinto cansada, a querer pousar as armas e a permitir-me desligar um pouco de tudo o que me atormenta. Quem sabe o sol não nasce amanhã, cheio de força e capaz de me acalmar e aquecer por dentro. Vou esperar que assim seja, por mim e por nós!

Ainda não te disse, mas já te amo e foi tão fácil que nem sei de onde chegou!

15.11.16

Por vezes...

novembro 15, 2016 0 Comments
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Por vezes conseguimos ver nos outros o que também fizemos de errado e finalmente entender porque nunca poderia ter dado certo!

Num sábado soalheiro com um grupo agradável, cheio de gente bem-disposta, num almoço que se prolongou, que se estendeu pelo prazer que estávamos a tirar uns dos outros, fomos falando de tudo, rindo, adivinhando sensações e tecordando os inícios de cada relação. Sem filhos por perto, sentimo-nos de novo jovens, descontraídos, sem pressas, mas igualmente apressados para conseguir ter um amor que nos completasse, conseguir a certeza na escolha, nos olhares da outra metade de nós.

A Ana estava um pouco cabisbaixa, mesmo rindo eu senti que não estava completa, que algo a magoava por dentro e fui olhando mais atenta, tentando descortinar pensamentos, até que finalmente, porque sou uma pessoa pouco dada a silêncios, derramei todas as palavras que certamente ela gostaria de ter usado.

- Sabes Paulo, estou para aqui a olhar-vos e pergunto-me, porque andas a desperdiçar tamanho amor?

- Não entendi - olhou-me baralhado.

- Não? Então eu explico. Tens uma mulher que enche os olhos de uma luz tão própria e intensa, sempre que te vê passar, a companheira que nunca adianta os passos, mas que os mantém próximos e acertados com os teus. Viste-a crescer fisicamente, aprender contigo a desinibir-se a partilhar o único corpo que reconhece e com o qual fica ainda mais bonita e mulher. Não precisas de perguntar porque o sei, nós falamos de tudo, sobretudo dos sentimentos que lhe negas, mesmo sabendo eu e todos aqui, que a amas realmente. No entanto escuta-me com a atenção de um condenado, assimila cada palavra, porque doravante te irão servir, responder e permitir que também tu cresças e te completes. A diferença entre quereres e seres realmente feliz, está na forma como amas e amar meu querido amigo, é esperar, desejar  bem no fundo de nós, que cada final de dia tenha sido intenso o suficiente para dar ao outro tudo o que queremos para nós. Ver como o nosso cuidado consegue manter a alma tranquila, o sorriso aberto, o desejo inteiro de quem nos laçou as mãos e não pretende largar, quem carregará, se preciso for, cada tijolo de uma casa com todos os andares que vão crescendo até já não ser mais possível vislumbrar os contornos, porque se ampliou a caminho das estrelas, do azul que pacifica, do sol que nunca deixará de nascer e de se pôr.

Todos me olhavam deixando que o silêncio se instalasse e pudesse ter o protagonismo que ansiávamos servisse para mudar algo. Por esta altura a Ana deixava rolar grossas lágrimas e incitava-me para que não me calasse.

- Nunca te vi abraçá-la desenvolto, descontraído, jamais pronunciaste os amo-te que ela, como todo o comum mortal, tanto necessita de ouvir. Andas a arrastar-te na incapacidade de dares e de seres o homem que ela viu algures, num tempo que forças a que se distancie. Acorda meu amigo, amar só poderá ser sempre o começo e recomeço de tudo o que nos dará um final mais preenchido. Usa e abusa de quem te ama como ainda não fizeste por merecer.

O que vimos depois foi o beijo mais meigo, intenso, sentido, suplicado, sofrido e partilhado que a vida nos deixara alguma vez sequer imaginar. Deixei cair um sorriso vitorioso e chorei de felicidade vendo como, também a metade de mim, me acolhia de braços abertos.

- Anda cá minha guerreira, espero que consiga fazer-te sentir tudo o que descreveste, porque de contrário estou condenado a não te manter inteira. Sabes que te amo, não sabes?

Não foi preciso responder, desta vez os protagonistas desta história eram dois seres que pareciam estar a ver-se pela primeira vez, uma vez mais!

30.10.16

Acreditar em ti!

outubro 30, 2016 0 Comments

Nunca disseste que me amavas, nem sequer o teu olhar, mas fui continuando, encolhida sobre a minha fé ou desejo de que um dia te ouvisse dizer que sou a tal. És carinhoso e surpreendes-me. Passamos noites maravilhosas no teu apartamento, no mesmo onde não existe nenhum rasto de outra pessoa. É totalmente de solteiro, de macho que não precisa de outra mulher, afinal de contas és bem sucedido, tens posição, berço, dinheiro, cozinhas bem, és organizado, cuidam do teu ninho, a mesma empregada há mais de 5 anos, uma adorável senhora com quase 60 anos que não te vai bisbilhotar as gavetas e a quem nunca conheci.

Tens um mundo só teu e no qual não permites invasão. A tua determinação terá certamente uma razão de ser, só espero que seja incluir-me em breve, não sei,mas tenho medo de perguntar, porque já sinto crescer o desejo de ter outra rotina, de te ser mais próximo. Dizes que sou especial, inteligente, independente, que sei exactamente o que quero e como quero e que isso te trás tranquilidade, paz. Mas será que gostas de mim como gosto de ti? Será que me queres para companhia, hoje e sempre? Acredito em ti quando me mostras, até com as flores que não celebram nada apenas os nossos momentos, mas nunca te ouvi dizer que me amavas, nem com os olhos...

Há dias em que me sinto down, sad e que preciso desesperadamente de te ouvir dizer mais, muito mais. Há dias em que preciso de acreditar em ti e no que poderás vir a representar na minha vida...

29.9.16

Lembras-te de mim?

setembro 29, 2016 0 Comments
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Lembras-te de mim? Tantos que foram os beijos que te dei, que senti e sobre os quais acabei a escrever!

Sempre que estávamos juntos acabávamos a rir dos outros casais, a sorrir quando os imaginávamos tão apaixonados quanto o éramos nós. Era tão fácil encaixarmo-nos e sabermos do que falávamos, olhando para os mesmos lugares. Casámos várias vezes em sonhos comuns, junto ao mar, molhados, de corpo e alma, esperando pelo luar. Planeámos tudo o que nos permitiria estar nos mesmos lugares, ter uma história em comum, dias quietos nos quais nos bastaria estarmos por perto.

Será que te lembras das escapadelas por breves dias, mas tão intensos que nos abastecíamos das energias que nos alimentariam mais uns quantos? Ali não existia mais ninguém, os silêncios eram pedidos porque significavam corpos juntos e um amor que não parecíamos conseguir sossegar nem saciar. Tive e dei tanto que não te consigo imaginar sem que me incluas tu e sem que passes pelos dias que te restaram sem memória do que fui. Soubémos sempre como nos resguardar do mundo que se torna implacável assim que o amor arrisca instalar-se. Mantivémos os nossos tempos afastados de todos os outros, porque se não nos fortalecesse-mos, acabaríamos a tombar. Mas o mesmo tempo que nos segurou, quebrou-nos sem qualquer compaixão, provando-nos a fragilidade que recusávamos admitir.

Vou voltar a perguntar se ainda te lembras de mim, de nós, porque não vou continuar a passar pela vida sem estar realmente nela e eventualmente vais ter que me responder!

28.9.16

Sequelas!

setembro 28, 2016 0 Comments
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Feelme/Sequelas! Etiquetas: Contos!


Sequelas, ficam sempre algumas quando nos atrevemos a ser mais felizes! A nossa relação começara na adolescência, cresceramos juntos, física e emocionalmente, aprendendo a saber do que precisava cada um e seguindo o caminho que traçáramos para ambos.

De nós vieram dois filhos. Com eles e por eles olhámos para o lado, fingindo não ver que nos afastávamos e que eu precisava de muito mais, não porque não o desses, mas porque deixaras de ser tu. A mulher que eu conhecera e transformara, colando-a a mim, simplesmente já não me enchia a alma de desejo nem o coração das emoções que tivéramos tantas vezes e que tão bem conhecíamos.

A minha vida profissional era intensa, viajava imenso e em cada lugar antecipava a mulher que entraria para me agitar por dentro e para me dar sal à vida. A mulher que me iria mostrar que estava vivo e que ainda era capaz de provocar em alguém desejo, arrepios no corpo que exploraria e que tocaria como já tocara o teu. Queria voltar a descobrir todos os pedaços, conhecendo cada dobra de um corpo que iria cheirar e saborear até que se implantasse em mim.

Sentia falta da emoção que nos assola de cada vez que vemos quem amamos, e não digo que tivesse deixado de te amar, mas deixara de te ver no meu futuro. Deixara de sentir as mãos dadas. Passáramos a não precisar sequer de falar por nos conhecermos por dentro e por isso atrevi-me a ser feliz e corri atrás dela.

Não se revelou a mulher que precisava, não sei sequer se existe, mas desmembrou um pouco mais a nossa já frágil relação. Conseguimos sobreviver, continuamos juntos, por nós e pelo mundo que adormece cada noite mais tranquilo, enquanto eu vou acordando com suores frios, com um arrepio que me gela por dentro, que me acrescenta um medo real, vivo e fantasmagórico de ter perdido a oportunidade de me libertar do que já não me completa.

Arrisquei a minha felicidade quando a tive, mas regressei à segurança enganadora, à falsa sensação de estabilidade, quando te aceitei de volta. Provávelmente, acabaremos juntos, estaremos no futuro, um do outro sim, mas o preço que pagaremos ambos será tão elevado que nem em três vidas o conseguiremos amortizar. 



Para onde fugiu a minha coragem e o que restou de mim afinal?

25.9.16

Estacas invisíveis!

setembro 25, 2016 0 Comments


Quando sentes as estacas imponentes, espetadas bem dentro de ti, ensombrando-te uma existência outrora pacífica, transformas-te, sem que te apercebas e permites que te arranquem todos os pedaços que mais tarde te verás incapaz de reaver!

Não saberes de que forma poderás voltar a ser apenas tu mata-te aos poucos, suga-te a alma, o ar e impede-te de raciocinar. O ciúme é uma agressão violenta, demasiado dolorosa para ser aceite como mais uma lição. O ciúme deixa-nos vulneráveis, frágeis e sem identidade. O ciúme é o oposto de tudo o que deveríamos sentir a cada dia, para que nos pudéssemos tornar alguém melhor.

Foi assim com a Ana e ver-se estirada no sofá que parecia espetar-lhe cada osso, recordando o telefonema que fora incapaz de evitar, fazia-a sentir que não haveria forma de continuar, que este estar não estando, lhe iria ser mortífero e que teria de parar de não fazer nada, encolhendo-se de cada vez que se lembrasse, porque lembrar fazia-lhe tão mal.

Os telefonemas eram desculpas, mas o risco que alguém apaixonado corre, para apenas ouvir a voz que lhe sossegará as entranhas, vai-se tornando estupidamente perigoso, sem limites de tempo, de velocidade ou sequer de loucura mais ou menos assumida. Telefonar para quem não poderá atender, recebendo outra voz, ensaiando desculpas às pressa, daquelas que soarão a tudo menos à realidade que se tenta esconder, é absurdo e tão doloroso para quem o faz, como para quem o recebe. Ficam, de ambos os lados, a mastigar uma relação a 3, culpando-se pelas indecisões, pelas mágoas e pelos amores que não parecem estar do lado certo, ou talvez até estejam, mas na dimensão errada.

Ana recordava-se bem do princípio de tudo aquilo. Recordava sobretudo a sua enorme instabilidade emocional, fruto de uma maternidade demasiado intensa. Esquecera-se de ser mulher e quando se olhara, nada do que reflectia quem conhecera antes. Até que... de repente chega uma lufada de ar fresco à vida do marido, uma funcionária nova, cheia de todos os atributos que lhe pareciam agora faltar.

Como se o amor precisasse de outros olhos que não os do coração. Já o dizia a raposa de Saint Exupery, ... "o essencial é invisível para os olhos..."


O essencial será também sabermos quando lutar, ou quando parar, deixando que a vida tome o seu curso, aquele que interrompemos, com ou sem qualquer consciência. O essencial é continuarmos a ser quem reconhecíamos, devolvendo-nos o que outros, algures, conseguiram tirar!


11.9.16

Ligação!

setembro 11, 2016 0 Comments
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Já se justificava que saíssemos e estivéssemos sem pressas a conversar sobre o que se vem passando connosco. Ambos percebêramos já que seríamos, já o éramos, bem mais do que amigos. Falamos como duas gajas, de tudo, sobre tudo o que desejamos, pensamos, olhamos e queremos. Nem nos desculpamos quando supostamente, estaremos a cruzar o limite permitido entre dois seres de sexos diferentes. Há coisas que uma mulher não confidencia a um amigo, e eu sei que te vi muitas vezes apertar as pernas com força. Ahaha!

- Porra mulher, não precisas de ser tão específica, sou homem lembras-te?

Eu dava sonoras gargalhadas, divertida com o teu embaraço. Com que então o sexo forte, pois pois…

Fomos no teu carro, com a desculpa de que o havias comprado nessa semana, lindo, adoro os BMW, sobretudo pretos. Cheirava a novo e nele sobressaía o teu perfume, másculo, quente, que me entrava nas narinas. Parámos no estacionamento subterrâneo de uma superfície comercial, onde iríamos beber um café, mas já não passámos dali. Logo que estacionaste, quase sem tempo para por o carro em segurança, debruçaste-te sobre mim e agarrando-me ambas as faces, deste-me o beijo mais quente e apaixonado que sentira nos últimos tempos. Quantos? Bom, adiante…

Não foi preciso falar, apenas sentimos, gememos de prazer, fizemos amor emocional, em sintonia com tudo o que já sabíamos um do outro. As peças encaixaram-se, o cérebro recordou tudo o que disséramos e contáramos sobre nós, das nossas vontades, sonhos e desejos mais incríveis e no entanto possíveis de se concretizarem. Fomos apenas nós, sem capas nem fugas, simplesmente porque não existe pedaço de mim que não conheças já, nem sonhos teus que eu não acompanhe e deseje ver concretizados. Todas aquelas horas infindáveis de conversas abertas, sequiosas de retorno, carinhos e até de choros e lamentos, fizeram de nós um casal para ficar. És a outra metade de uma vida que quero preenchida e real.

Bem vindo a mim, a nós!

9.9.16

Estou a ver-te!

setembro 09, 2016 0 Comments
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Estou a ver-te agora tão próximo de mim, que consigo sentir-te respirar e ver as tuas veias no pescoço salientes. Estás tenso, queres-me tocar, precisas de perceber que sou mesmo eu, mas não te moves, estás gelado, estás com medo do medo que nos causa a ambos este reencontro.

Tanto que temos para falar sobre o que nos trouxe até aqui, porque não conseguíamos explicar o que sentíamos antes. Porque fugíramos do óbvio e o que queríamos afinal. Temos que encontrar uma forma, precisamos de nos acertar, de nos percebermos, ou simplesmente de nos deixarmos ir, porque assim assim não é possível continuar, assim amassa-nos por dentro, assim só vivemos pela metade à espera que se encaixe a outra.

Já te moveste, estou a sentir a tua mão a tocar os meus ombros. Fecho os olhos e deixo-te continuar, esperando  que me consigas deixar da forma que tantas vezes sonhei. Regressaste a ti, percebeste que terias que fazer alguma coisa, que os silêncios de antes teriam que ser quebrados e por isso moves-te inquieto e ansioso. Os teus lábios estão trémulos, sinto-os na minha pele, sinto o calor que me passam e arrepio-me, afinal nunca saí de ti e nunca chegaste a estar longe, nem um segundo, já tinhas entrado antes para não voltar a sair mais.

Os teus olhos estão a sorrir. Ficaste subitamente tranquilo, o homem que sempre esteve para mim, com uma segurança que a minha insegurança quebrou. És tu, já te reconheci e estou a dizê-lo neste momento sem palavras, porque elas se recusam a sair, não me obedecem e gritam-me de dentro que me cale, que apenas escute e que te deixe começar o que afinal terminaste.

O abraço chegou e com ele tudo o que precisava de saber e sentir. Os teus abraços sempre tiveram o poder de me aninhar, criando o único refúgio que sabia aceitar e que me deixava a ser apenas eu, ainda mulher, mas com tudo o que não permito aos outros. O teu abraço abraçou a minha dor e apagou-a, já sei que és meu. Já o sei e ainda nenhum de nós falou, já não é preciso!

29.9.15

O teu prazer no meu!

setembro 29, 2015 0 Comments

Estava mais do que acertado, estaríamos apenas nós, sozinhos, tendo-nos completamente num fim de semana que usaríamos para nos amarmos mais, muito mais do que o habitual, até porque a fazê-lo ainda mais especial o facto de ser o meu aniversário. A distância ditava que fossemos criativos, que nunca parássemos de cuidar dos detalhes, por mais pequenos que fossem, porque nunca nos bastavam as horas, mesmo que longas. Nada do que nos déssemos poderia preencher todos os outros momentos de dor absoluta, infligida pelo distanciamento, pela impossibilidade de estarmos sempre um com outro e de resistirmos à falta de toque, que a acontecer parece conseguir compensar tudo o resto.

Eu sabia que tinhas um desejo, que algo do teu passado te deixara uma marca e como tudo o que faço é contigo e por ti, decidi surpreender-te. A tua vida como militar, durante o período em que completaste a tropa obrigatória, deixara-te prazeres que não te cansavas de repetir, mas infelizmente tinhas perdido a tua boina, e já to ouvira lamentar por diversas vezes. O que fazem as mulheres que amam, quando amam mesmo e com a força do mundo? Tratam de manter os seus homens felizes, e foi o que fiz. Eu sabia que não estarias à espera de nada do que te iria oferecer, e por isso toda eu sentia um enorme prazer envolto na antecipação do teu próprio prazer. Estava nervosa, feliz, eléctrica, irrequieta e muito excitada.

- Olá meu amor, já te podes virar, estou aqui.

O olhar que vi pousar em mim, assim que te voltou, ainda hoje me está gravado na mente e no corpo. Eu estava com a lingerie que me ofereceste, e que vinha com a promessa de ser usada de forma especial, estava pronta, sexy e disponível e na cabeça uma boina que comprara e me ensinaram a usar. Larguei-te uma continência irrepreensível e vi, em poucos segundos, como se enlouquece um homem, bastando que o conheçamos bem.

- Amo-te mulher da minha vida - Não foi o que disseste, não com palavras, mas juro que foi o que senti.

Agarraste-te primeiro à boina que olhaste e miraste ao espelho, fazendo poses, soltando risos de felicidade e sentindo um saudosismo que te transportou para lugares onde foste realmente feliz, mas acabaste a pousar os olhos em mim e no restante "presente", aliás era inevitável, porque eu estava, toda, como precisavas e esperavas.

- Isso é tudo para mim?
- O que achas?
- Anda cá, deixa-me mimar-te e lambuzar-te do amor que sinto e do prazer que me deste. És uma mulher muito querida e tudo o que me dás enche-me de uma forma que nem sei explicar.

Agora fico-me por aqui, porque o que tivemos a seguir já não tem forma de ser partilhado, pelo menos não agora, não neste pedaço de tantas histórias que escrevemos juntos!

25.2.15

Esperou, esperou e ela chegou!

fevereiro 25, 2015 0 Comments

✣… The people we are in relationship with are always a mirror, reflecting our own beliefs, and simultaneously we are mirrors, reflecting their beliefs. So... relationship is one of the most powerful tools for Growth... If we look honestly at our relationships, we can see so much about how we have created them. ✣ Shakti Gawain arTist; Unkown (retouched by Ellen Vaman)




Esperou... esperou e ela acabou a chegar!

- O que aconteceu pequenina?
- Pensei não vir, estava cheia de medo.
- De mim?
- De nós, de recomeçar e de voltar a doer.

Quando o Fernando viu a Elvira pela primeira vez, ela parecia ter saído de um quadro de Renoir. Era frágil, as suas roupas tinham as cores do século XIX e  os lábios eram de um rosa suave, que muito provavelmente nunca teriam sido beijados. Deixou-o de imediato tão apaixonado que resistir-lhe nunca foi opção, não para ele. Era linda, tão branca que certamente nem os raios de sol a tocavam e no entanto tocou-a ele. Nunca imaginara possuir uma mulher assim, que fosse sua primeiro, pela primeira vez e que precisasse tanto dele para pertencer a este mundo, ao mesmo do qual se mantivera escondida, num lugar que até parecia mágico, com tanta cor e tanto talento...

Elvira era uma pintora reconhecida, que vendia tudo o que produzia mesmo antes de ser criado. Os clientes, que ela nunca chegava a conhecer, esperavam meses por uma tela plena de uma magia de um outro mundo, o mesmo no qual vivera até se conhecerem.

Fernando adorava a sua casa, tocar cada objecto, os livros de capa dura e autografados por autores dos quais jamais ouvira falar. Tudo parecia estar no lugar certo, com uma luz própria, a que ela criara para se embrenhar bem dentro de cada cor. Os pincéis, mágicos certamente, sobretudo quando estavam nas mãos pequeninas, mas tão determinadas, que ninguém diria serem dela.

Elvira não olhava nos olhos, não antes, mas passou a entrar bem dentro dos dele, implorando-lhe, sem palavras, o que lhe ensinara a desejar. Fazer amor com ela era um sonho. Beijar a sua pele uma adição. Deixá-la um desespero, uma tortura.

- Não te vou magoar, apenas roubar ao mundo que afinal nem te conhece E que não se importa contigo.
- Preciso de voltar ao antes para criar, já não tenho um lugar só meu, agora estás lá tu e...
- Vem cá pequenina, deixa-me cuidar de ti. já te tirei da tela, ofereci-te a realidade, a mim e tu gostaste, por isso deixa-te ficar.

Talvez alguém já tenha pintado um quadro assim, com duas pessoas que se misturam nas mesmas cores, sobre uma paisagem que ninguém reconhece, mas que só poderia estar ali. Se o virem e se sentirem que estão num mundo paralelo, que o vosso olhar entra, cada vez mais bem dentro da alma de seres que não se distinguem, porque se fundiram, quem sabe não estarão a olhar para o Fernando e para a Elvira!


30.6.14

Mesmo que tentasse...

junho 30, 2014 0 Comments


Mesmo que tentasse com todas as minhas forças, sempre soube que não iria acontecer, soube-o quando me olhaste!

O que não sabia nem esperava, era que me trocarias, que deixarias uma outra mulher dentro do espaço que construímos ambos, alguém que rolasse nos lençóis onde tantas vezes fizemos amor, quem te conseguisse beijar até perderes o ar que me alimentou a cada dia... Não sei que culpa poderei carregar, de que forma me permiti olhar para o lado contrário e não ver, não te ver. Acreditei que te cuidava o bastante, que te enchia de mim, dando o que me pedias e muito mais, mas não bastou, não te bastei.

Não te desculpaste, não te atreveste a usar as palavras, porque manobro com mestria, por isso não teria adiantado, nunca iria entender ou sequer aceitar. Tudo, tudo mesmo, excepto outra, não partilho, não divido quem amo. Poderias ter esperado que o meu lugar arrefecesse!


20.6.14

Casamento!

junho 20, 2014 0 Comments
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Feelme/Wedding!


Eu, a Carla e a Patrícia somos velhas amigas cujas vidas se cruzaram bem lá atrás, quando ainda nos andávamos a descobrir, a crescer como pessoas e mulheres, a sonhar mundos e relações.

Partilhámos desilusões, conquistas, entrámos para o mesmo curso, direito e construímos carreiras sólidas. Tivemos momentos de loucura, viajámos pelo mundo e vimos o outro lado de nós, o melhor e o pior.

Casar nunca esteve no nosso horizonte, mas fizemo-lo todas, e divorciámo-nos, felizmente sem filhos.

- Nunca mais me apanham noutra, cambada, só servem para atrapalhar o sol, para nos emperrar a vida.

Sabem quem falava assim? Patrícia a repetente, pois é, apanharam-na noutra sim, e um homem que sabemos ser especial, pronto para absorver os impactos de alguém tão forte e determinado.

O casamento fez-nos voltar a acreditar no amor e na vida. Chorámos baba e ranho as três e prometemos mantermo-nos por perto, para nos continuarmos a aparar nas quedas e a dividir pedaços de felicidade que cabem por direito a cada ser humano de boa vontade.

Julgo que acabámos a casar todas ao mesmo tempo, no mesmo dia, porque a felicidade entranhou-se outra vez e fez-nos sorrir, acreditar...