Estava mais do que acertado, estaríamos apenas nós, sozinhos, tendo-nos completamente num fim de semana que usaríamos para nos amarmos mais, muito mais do que o habitual, até porque a fazê-lo ainda mais especial o facto de ser o meu aniversário. A distância ditava que fossemos criativos, que nunca parássemos de cuidar dos detalhes, por mais pequenos que fossem, porque nunca nos bastavam as horas, mesmo que longas. Nada do que nos déssemos poderia preencher todos os outros momentos de dor absoluta, infligida pelo distanciamento, pela impossibilidade de estarmos sempre um com outro e de resistirmos à falta de toque, que a acontecer parece conseguir compensar tudo o resto.
Eu sabia que tinhas um desejo, que algo do teu passado te deixara uma marca e como tudo o que faço é contigo e por ti, decidi surpreender-te. A tua vida como militar, durante o período em que completaste a tropa obrigatória, deixara-te prazeres que não te cansavas de repetir, mas infelizmente tinhas perdido a tua boina, e já to ouvira lamentar por diversas vezes. O que fazem as mulheres que amam, quando amam mesmo e com a força do mundo? Tratam de manter os seus homens felizes, e foi o que fiz. Eu sabia que não estarias à espera de nada do que te iria oferecer, e por isso toda eu sentia um enorme prazer envolto na antecipação do teu próprio prazer. Estava nervosa, feliz, eléctrica, irrequieta e muito excitada.
- Olá meu amor, já te podes virar, estou aqui.
O olhar que vi pousar em mim, assim que te voltou, ainda hoje me está gravado na mente e no corpo. Eu estava com a lingerie que me ofereceste, e que vinha com a promessa de ser usada de forma especial, estava pronta, sexy e disponível e na cabeça uma boina que comprara e me ensinaram a usar. Larguei-te uma continência irrepreensível e vi, em poucos segundos, como se enlouquece um homem, bastando que o conheçamos bem.
- Amo-te mulher da minha vida - Não foi o que disseste, não com palavras, mas juro que foi o que senti.
Agarraste-te primeiro à boina que olhaste e miraste ao espelho, fazendo poses, soltando risos de felicidade e sentindo um saudosismo que te transportou para lugares onde foste realmente feliz, mas acabaste a pousar os olhos em mim e no restante "presente", aliás era inevitável, porque eu estava, toda, como precisavas e esperavas.
- Isso é tudo para mim?
- O que achas?
- Anda cá, deixa-me mimar-te e lambuzar-te do amor que sinto e do prazer que me deste. És uma mulher muito querida e tudo o que me dás enche-me de uma forma que nem sei explicar.
Agora fico-me por aqui, porque o que tivemos a seguir já não tem forma de ser partilhado, pelo menos não agora, não neste pedaço de tantas histórias que escrevemos juntos!
Sem comentários:
Enviar um comentário