Estou a tentar descobrir quem sou depois do amor. Dum amor no qual apenas eu estive presente, sentindo vontade de viver e saborear o que me tinha sido oferecido, pelo acaso ou táo somente por planos que me transcendem. Continuo à procura de respostas sobre quem nunca me fez as perguntas certas, mas que assumiu saber com quem se tinha cruzado. Estou, ainda, a tentar analisar onde foi que me mostrei assim tão interessada, para que o seu interesse diminuisse, ou me reduzisse ao que nunca fui, nem esperei.
Não amamos todos da mesma maneira, isso é um facto, mas existem comportamentos que falam bem mais do que mil beijos. Não nos encontramos, uns e outros, nas mesmas ruas emocionais e é por esse motivo que não deveríamos interromper o percurso de quem já sabe onde e por onde ir. Não temos as mesmas experiências sensoriais e nunca nos deveríamos deixar envolver com quem conhece o sabor até do que aparentemente ninguém consegue sentir.
Estou a reposicionar-me após tanto desejo desperdiçado. Ainda não sei muito bem o que fazer com tudo o que senti sem que me sentissem, e com o pouco que recebi quando acreditava estar a dar tanto. Vou vivendo e analisando, até à exaustão, cada uma das palavras ditas e todas as que nunca escutei, talvez porque o medo seja a segunda pele de tantos mal-amados, no entanto já sei, porque a vida assim mo mostrou, que o que tiver que chegar e o que nos couber por aprendizagem, deverá ser bem acolhido.
Não pretendo desistir do amor, até porque já não tenho na lista nem mais uma desilusão, mesmo que aparentemente sejam previsiveis. Não vou afastar o que sei que me move e faz de mim a mulher que vale a pena conhecer. Não, não me vou render ao desalento instituído, porque algures no meu horizonte, e ainda no tempo que me cabe, estás "tu" a pessoa que a minha saberá reconhcer.


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