Nunca me esqueci de quem sou!



Ainda me lembro, e lembro-me muitas vezes, de quem era antes de o ser contigo e por ti. Ainda me lembro dos sabores que a minha boca retinha quando não estava na tua e foram sempre tão doces. Ainda me lembro da forma como movia o corpo que sempre me moveu e até onde iria para estar sempre comigo. Ainda me lembro do quanto era mal entendida, mas como aceitava entender que só poderia ser eu se fossse eu mesma. Ainda me lembro de todos os corpos que tocaram o meu e de que forma formávamos o que tanto fizeramos por ter, e foi com cada um que passei a conhecer cada pedaço de pele que me cobre.

Não me limitei a sonhar enquanto sonhava, fui tudo o que consegui contruir enquanto me reconstruia dos que me arrancavam o que na realidade não poderia ficar. Não me encolhi para caber, ao contrário agigantei-me até ser tão grande quanto esperei de mim. Não me considerei, em nenhum momento, uma tonta apaixonada, porque escolhi apaixonar-me, primeiro por mim e depois, apenas algum tempo depois, por quem me trouxe o que sozinha não saberia como. Não fui menos, fui o que podia e aprendi, sozinha, mas com cada um dos que foram e couberam em alguns dos meus dias, quem sou hoje. Não mudaria nada, mas talvez até mudasse tudo para ter chegado mais cedo. 

Ainda me lembro de sentir falta de quem me fazia verdadeiramente falta, mas não ter quem não me soube manter, apenas serviu para seguir e prosseguir, na mesma linha, mas em muitas outras novas e diferentes, tal como o sou. Ainda me lembro do que não tive coragem de verbalizar, mas nunca me calei do que acabou por fazer TODA a diferença. Ainda me lembro de quem era, mas gosto bem mais de mim hoje. Ainda me lembro do que jamais poderei esquecer, ou de contrário ter-me-ei esquecido do que faço aqui.

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