SIM, vou ter que desacelerar. Já me disseram, ontem por sinal, que devo achar que tenho 20 anos, mas mesmo que não me sinta com quase meio século, também sei que para os 20 nunca mais!
Não deixa de ser interessante perceber que na realidade eu não era assim aos 20, era bem mais tranquila, deixava ir, agarrava-me aos meus livros, mergulhava nos sonhos e esperava pacientemente por eles. Hoje, bem, hoje já não tenho tempo a perder, preciso da minha sanidade mental intacta e sou "forçada" a levar-me ao limite. Eu explico, sou forçada, porque dificilmente fujo de um desafio, e muito dificilmente consigo um existência tranquila e na qual não ache que preciso de me superar. A sensação que tenho, de há uns tempos para cá, é que está tudo a chegar, em catadupa e se estiver a ser testada quero ver se passo com distinção. Mas pronto, vou tentar desacelerar em algumas coisas, porque até eu sei que exagero um pouco e que depois o cérebro se queixa, ele sobretudo, porque umas horas bem dormidas repõem os males do corpo. Não tenho forma de estar em todo o lado, para toda a gente, o tempo todo, de contrário, os que são especiais poderão sofrer e isso eu não permito.
Vou-te dar mais tempo, toda a minha atenção e gerir os meus dias de forma ainda mais cirúrgica. Não prometo que não tenha que ir correr à meia-noite, mas pronto, isto foi apenas um à parte, não será sempre assim certamente.Vou-te dar mais tempo porque és mais importante que muitos e porque precisamos ambos do nosso próprio tempo, sem interrupções, para que o que venha a ser nosso, o possa ser realmente.
Vou ter que desacelerar, está prometido e para mim primeiro. Já determinei que no último período de cada dia, naquele em que entras tu, serei apenas eu, sem o resto de que sou feita, usando as palavras para um destinatário definido, para ti!
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