E se a vontade que sentias de mim tivesse apenas continuado, sem mexer muito, sem nada fazeres e deixando ir o que até achava já não existir? E se apenas me tivesses desejado sem nunca me procurar e sem nunca saber se te poderia também desejar de volta? Acredito que devemos sempre procurar por quem nos procurou, algures, num qualquer tempo que será certamente o nosso. Acredito que não basta querer, as águas não podem ficar apenas paradas, de contrário acabam a passar os cheiros errados. Acredito que quando queremos MUITO, conseguimos, porque se o que sentimos e sabemos muito antes de saber o outro, for genuíno, será bem-sucedido.
Se te tivesse pedido, assim, da forma que és mesmo, certamente não seria tão bem atendida, mas a verdade é que vieste, que te instalaste e que me arrebataste. Estás no sítio certo, no único momento da minha vida em que fiquei tão pronta, tão capaz, e tão desejosa de que me pertenças, que teria que ser este o resultado.
Os medos que sinto agora são outros. O de te perder. O de não ter tempo. O de não te saber amar como precisas. Todos os outros deixaram de existir, porque sei que me vês, sempre viste, e que eu te vejo mesmo que feche os olhos. Deixei de ter medo de permanecer sozinha, de ser usada, de me manter confusa e alheada dos outros, tu chegaste e provaste que só poderia ter sido desta forma, durante todo este tempo e passando por tudo o que passámos ambos.
Que bem que me sabe ter sido procurada e encontrada. Que bem que me sabes a cada dia. Que bem que me sinto por não me teres apenas desejado...
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