8.12.16

Se adivinhássemos!

orlansky: “ A particularly vibrant puddle in Times Square. ”:
F

Se adivinhássemos. Se no dia em que carregássemos no botão e em que nos permitíssemos ouvir ou falar mais do que o habitual, tivéssemos realmente mantido uma postura de reserva, de cuidado extra e de exigência para com quem entra ou não na nossa vida, certamente que não lamentaríamos nada nem ninguém.

Não queiram ser perfeitos, eu sei que não sou, nem quero atingir um patamar que me eleve acima do comum dos mortais. Eu sou eu, com tudo o que me carrega já faz algum tempo. Faço por mudar, quero mudar, sempre para melhor, mas preciso que gostem de mim, por mim, pelo que aparento, pelo que me permito mostrar e sobretudo por dentro. Não queiram a perfeição, primeiro porque ela não existe e depois porque  vos impede de usufruir, sobretudo da vida.

Agora já recuso o que já entendia ser errado, pelo menos para mim, antes. Recuso que me vejam apenas como uma mulher que deve alterar comportamentos, seguir em frente sem olhar para onde e em quem pisa. Recuso porque sou eu a condutora do meu destino. Sou eu que devo continuar a ouvir com atenção as minhas entranhas. Nunca me enganaram antes, nem mesmo quando consegui o olhar de um amor imenso que não pertencia a este mundo, porque soube que não iria ser meu e que a sua fraqueza o impediria de nos fazer e manter felizes.

Se adivinhássemos. Se eu adivinhasse, deixaria que alguns amores apenas me espreitassem, mas certamente que jamais os deixaria entrar!

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