Todos os desejos que não nos inibimos de partilhar quando somos jovens e de sangue na guelra, a achar que o mundo congeminará a nosso favor, oferecendo-nos todas as oportunidades que aprenderemos mais tarde, apenas chegarão se fizermos por isso. Os dias organizados pelos pais, as orientações académicas, mais ou menos apresentadas por quem aparentemente parece saber do que fala, tudo, mas mesmo tudo, corre sempre de forma previsível e natural, mas o resto das nossas vidas já não será assim, e de uma forma ou de outra é o que acabaremos por saber
Quantos de nós não parámos já para pensar em tudo o que mudou, em cada sonho que jurámos manter, nos amigos que perdemos e não porque o fossem menos, mas porque nos forçaram a entrar numa outra pele?
- É a vida - dirão alguns. É a passagem à vida adulta, que supostamente não pode ser envolta em risos, em concretizações, em amores que resultam, no modelo de família que tantas vezes vimos retratados nos melhores romances de cinema. Tudo parece ser possível, mas apenas para os outros, porque para "nós" os restantes, existe o fatalismo, a inevitabilidade, as mágoas de grandeza, os sonhos que já não sonhamos mais porque seria até pecado tanta felicidade.
Soubéssemos nós, quando ainda éramos inocentes e livres e corríamos pelos pátios do recreio das escolas pelas quais fomos passando, e mais forte e alto teríamos sonhado, porque pelo menos e nessa altura, seriam sempre possíveis de manter.
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