Tempo de ler o que nos vai dentro, tudo o que fomos armazenando e usando para construir, tijolo a tijolo, a nossa casa emocional. Sabermos ler cada palavra que ouvimos, algumas delas repetidas incessantemente, mas a fazerem sempre o mesmo sentido. Sermos capazes de armazenar o tempo de forma a que ele melhore o tempo que nos falta. Termos, nós mesmos, a capacidade de querer para depois sermos capazes de receber.
Tempo de ler o que somos para os outros e o que representamos nas suas vidas. Tempo de ler as amizades que fomos capazes de construir, entendendo porque razão se mantiveram. Tempo de ler a nossa alma, cada medo que se colou e se recusa a abandoná-la. Tempo de ler o que não foi ainda escrito, sentindo o tempo certo de o começar a fazer. Tempo de ler de que forma começar e terminar momentos, lugares e pessoas, fechando ciclos que nos levarão a abrir outros, novos, com outras leituras.
Começar o dia a dizer o que nos pode ajudar a ler todas as horas que inevitavelmente terão que chegar, usando o tempo da única forma que nos servirá, BEM. Terminar o dia analisando o que conseguimos ler, armazenando para a viagem seguinte.
Não te deixes engolir pela sensação de destino marcado. Não aceites que o teu poder não tem qualquer poder de mudar o que não te alimenta. Não embrulhes demasiado o coração em palavras pesadas, em dores que não te pertencem e sobretudo não em memórias que não criaste. Ainda estás a tempo, por isso tira o tempo de que necessitas para te ler e segue pelo caminho que escolheres!
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