7.10.20

De repente regressei a mim...



De repente deixaste de ser um assunto e nada do que te diga respeito me importa mais. Foste finalmente colocado na prateleira que te cabe por direito e mesmo que me tenha culpado, lá atrás, pelo muito que acabei por te dar, já não me dou o direito de voltar a reclamar. Sou sempre tão assertiva com tudo o que deve fazer parte de mim e das minhas rotinas, mas quando o amor me invade, deixo-me invadir por uma onda meio apalermada de fé no outro e na sua capacidade de me amar de volta e regra geral corre mal. Mas aprendi, felizmente, que ampliamos tudo aquilo no qual colocamos foco, para o bem e para o mal, assim sendo desfoco-me do que não me serve e uso lentes de aumentar para tudo o que quero mesmo ter e manter.

De repente já sou capaz de me rir dos choros descompensados e dos desejos de encontrar a minha suposta metade, busca escusada, porque se sou inteira e valho por tudo o que construí, porque raio deveria querer metade de alguém? Já não me vendo por pouco e já não crio expectativas irrealistas, os outros são simplesmente o que carregam. Criar relações e buscar conexões exige que se queira MESMO ter alguém por perto, porque quando passamos a ter mais do que nós mesmos em espaços comuns, convém que saibamos como nos movimentar adequadamente, sem atropelos e sem demasiadas conceções, porque a terem que acontecer, algo estará claramente errado.

De repente sou apenas eu e já não me incomoda. Não esfriei, não desisti e certamente que não deixei de sentir, apenas reavaliei o peso que tenho na minha própria vida e ele aumentou substancialmente e felizmente não na proporção da massa gorda, essa já está em total consonância com a pessoa que me tornei e naquela que ainda serei lá mais para a frente.

De repente estou aqui e a viagem afinal nem foi assim tão atribulada!

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