Existem dores que não desaparecem e momentos que repetimos uma e outra vez na mente, apenas porque nos marcaram como ferros em brasa o coração. Temos, por pequenez, humanidade, ou falta dela, defeitos que nos tornam mais pequenos e que agigantam as palavras que já nos rasgaram por dentro. Sabemos do que carregamos e carregamo-nos numa missão que nunca termina, mas que coloca um fim em cada novo princípio. Procuramos pelo que não nos pertence e raramente encontramos quem nos lave o corpo dorido e limpe a mente cansada. Vamos e voltamos, as vezes que achamos serem necessárias, mas nunca nos fixamos para que o chão não nos fuja outra vez. Sofremos quando até poderíamos sorrir mais vezes, rindo-nos das desculpas que usamos para nos pararmos. Sentimos em dobro o que tantos sabem relativizar e deixamos de sentir, de forma automática e até leve, mas apenas para pararmos de carregar pesos que não conseguiríamos suportar.
Existem dores que servem para nos recordar, até nos momentos bons, que se baixarmos demasiado a guarda, acabarão por voltar!
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