6.2.22

De que cor te pintas?


Apaixonei-me por muitas cores ao longo da vida e por isso fui pintando momentos e sentimentos com cada uma, até deixarem de me mover. Eu mesma já fui um arco-íris que se esbateu ou reforçou, mas independentemente das cores novas, soube sempre que não imaginava os dias sem as que me colocavam para cima e as que, de livre vontade, me deixavam mais nostálgica, mas apenas por pequenos e necessários momentos.

Sei de quem se veja numa amálgama de tons escuros e sem definição e que de alguma forma definem como pretendem ver o mundo. Sei de quem mataria por ver cores mais claras e plenas de esperança, mas que não as consegue encontrar. Sei o poder que cada uma carrega e por isso mesmo rodeio-me das que me retratam em cada percurso, incentivando uns quantos enquanto o faço.

De que cor te pintas quando te agarras aos sonhos e que cores deixas de ver sempre que escolhes sentir pena de ti?

Lá atrás, no que me parece um passado bem longínquo, já me apaixonei por daltónicos e por palhaços coloridos, mas que na verdade eram apenas as pessoas que teriam que chegar para ajustasse a paleta e regressasse ao que sabia fazer bem.


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