Quanto amor é salpicado nos hábitos diários que sustêm as relações?
As rotinas vão-se instalando como forma de sobrevivermos a tudo o que nos exige a vida e por vezes deixamos o amor para segundo plano, para os que ainda o alimentam, retirando-lhe o oxigénio que nos mantém à tona. Temos muitos sons familiares que nos recordam de quem temos ao nosso lado, mesmo que irritantes uns quantos. Repetimos gestos sem os questionar, mas não raras vezes deixamos no ar as questões que gostaríamos de ver respondidas.
Quanto de nós imprimimos diariamente, sem pensar demasiado, ou pensando no quanto nos surpreenderíamos e aos outros, se imprimíssemos tudo?
Os namoros tendem a começar com embelezamentos que se colam, para que as desilusões não nos descolem da vontade de permanecermos no coração de alguém. Mas se avançarmos demasiado nas pequenas mentiras, ficaremos reféns do que nos impusemos e acabamos por imputar, ao outro, as culpas que serão apenas nossas.
Quanto de ti ainda sobrevive aos dias que já não te pertencem na íntegra e quanto do outro já recebes como teu?
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