Não permitas que o pensamento te escureça as emoções. Não te deixes envolver nos males que não consegues curar. Não deixes a vida passar por ti sem que a sintas e vejas com clareza e não te ofereças a quem não te souber receber, porque a tua importância passará pela que te deres.
Por vezes e porque também és humana, deixarás que as tuas vontades te deixem com vontade de apenas sentir, sem calcular os estragos emocionais. Vai e volta, porque a vida é tão longa quanto o tempo que ainda te permites, mas demasiado curta para erros, acabarás por errar de forma consciente e dolorosa, mas o melhor de tudo é que até as dores passam, sobretudo as emocionais. O aqui e agora que tanto nos recomendam, não subsiste isoladamente e o ontem poderá ter impactos devastadores, isolando-te ainda mais no amanhã, por isso e por vezes, deverás permitir-te alguma burrice natural, mesmo sabendo que a margem de erro é pequena, porque ainda assim encontrarás desculpas para o que não cabia, não devia e não tinha como continuar, mas sabia bem e por isso o provaste.
Não te permitas apenas movimentos ritmados, sai do ritmo de quando em vez e depois poderás perdoar-te a humanidade. Não te impeças de acreditar que existem corpos que o teu aceitará sem restrições e que terás que os sentir para saberes. Não te dês demasiado depressa, mas cuida da lentidão nas decisões, porque ou estás pronta para o fel do mundo, ou estás pronta, não existe terceira opção. Não culpes os que não sabem o que fazer da culpa que lhes assiste e segue em frente, quiçá na direcção de quem já estará pronto para te segurar as mãos que estendes. Não te atrevas a apagar o sorriso que te enfeita os lábios que muitos gostariam de beijar e quando o fizeres, sorrir ou beijar, deixa-te bem representada. Não te permitas desistir do que já sabes existir, porque seguramente ainda o receberás nesta vida e eu estarei por perto para o confirmar.
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