Cada vez se ouve falar mais de ligações bizarras, sentimentos deformados e dependências que se tornam tão cáusticas quanto o são as drogas duras. Mas o que "nos" leva a depender de outra pessoa de forma a perdermos a nossa própria identidade? O que "nos" falta assim tanto, para apenas conseguirmos funcionar se o outro estiver por perto? Provavelmente a crise de valores, os medos e o conforto que deixamos instalar. Não querer voltar a ser exposto, mostrando o que somos realmente, impede-nos de sermos verdadeiramente felizes e mais grave ainda, impele-nos a espalhar a nossa infelicidade, minando tudo ao redor.
Ninguém deverá ser mais importante do que nós mesmos e temos que acreditar que a pessoa que nos chega, a mesma que escolhemos para fazer um percurso de vida, também tem vontades, desejos e sonhos que deveremos ser capazes de alimentar. Dar, recebendo e ser, permitindo que o outro também o seja, será a forma certa, não esperando em nenhum momento que sintam por nós e que a responsabilidade caia toda sempre sobre o mesmo. Não temos corpos iguais. As nossas almas viveram muitas outras vidas e mesmo que nos tenhamos cruzado antes, NADA do que vivemos faz de nós a metade perfeita do outro. Ao invés de nos esforçarmos, em vão, para nos encaixarmos, deveremos usufruir das diferenças que certamente aumentarão a diversidade.
Será que conseguem imaginar dois seres totalmente felizes consigo próprios e juntos? Que relação bombástica!
"Quero mais para mim e desejo que encontres tudo para ti. Quero poder partilhar o que fores encontrando, ajudando-te a cumprir cada desejo. Quero que encontres no meu melhor o que te manterá mais completo e que sejamos ambos suficientemente egoístas para termos TANTO em nós, que deixe de nos caber e jorre até ao outro. Não quero depender de ti, quero apenas depender da minha vontade de te ter comigo"!
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