Quando e de cada vez que o amor se transforma em dor, o nome que lhe atribuímos deixa-nos num limbo de emoções no qual tentamos, em vão, perceber o que nos falta entender. Quando as palavras que ouvimos escondem sentimentos que não nos são dirigidos, quebramos na vontade de proferir as que tínhamos reservadas para quando o amor real e verdadeiro chegasse. Quando deixamos de saber quem ser e o que fazer para que nos queiram o bastante e apenas a nós, percebemos que temos que abrir as mãos e deixar ir.
Algumas pessoas vivem apenas porque viver é o que lhes cabe, mas já outras, vivem como se o mundo inteiro se esgotasse no mesmo dia, querendo apanhar tudo, não importa o quê ou quem. Vamos inevitavelmente cruzar-nos com algumas assim, mas até quando o coração fizer escolhas insensatas, será a nós que caberá desmontar o novelo que fizemos acumular, misturado com demasiadas cores e sem qualquer início ou fim. Nada nos prepara para o que seria tão fácil se verdadeiro e quase que nos perdemos na ilusão de reavivar o não nos era dirigido, apenas escolhendo quando não éramos a escolha.
Quando e de cada vez que nos reduzem a um pó indistinguível, levamos bem mais do que uma vida a recuperar o que já éramos antes de não sermos nada para alguém, perdendo o único tempo que nos restava nesta.
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