Já me perdi de mim umas quantas vezes, mas apenas para me voltar a encontrar. Já estive em caminhos novos e escuros, mas já soube como os iluminar. Já me dei sem receber de volta, mas também já tive em iguais proporções. Já fui o doce sabor na boca de alguém, mas já saboreei, com enorme prazer, bocas que não terei como esquecer. Já chorei logo após inúmeras gargalhadas, mas já me senti incapaz de derramar uma lágrima que fosse.
Nada como um dia depois do outro para que tudo se coloque em perspetiva. Sabermos o que ser e o que fazer até quando nada mais parecer poder ser feito, seguramente que fará de nós seres mais fortes. Aceitar as derrotas, entendendo que as vitórias poderão ser efémeras, confere-nos mais realismo, porque apenas seremos tão grandes quanto o conseguirmos sentir.
Já fui tão amada, que quase me senti consumir pela incapacidade de amar na mesma prroporção e esforço. Já recebi as flores que me coloriram o jardim interior, mas já vi os dedos sangrarem por espinhos ocultos. Já acreditei mais nas habilidades que me definem, mas foi com cada uma que cheguei até aqui, inteira, mais forte e ainda mais habilitada. Já senti o corpo esgotado por tanto amor feito, mas já o tive vazio e inerte por imensa falta de amor.
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