O som da alma!



O som que a minha alma liberta apenas tem sido audível para mim, mas vou aguardando, fervorosamente, que chegue a alguém, algures ainda nesta vida!

Tudo o que faço e cada caminho que percorro, tem alimentado a única coisa que na verdade possuo,  permanecendo para lá do que carrego e que será visível para os que vêem apenas com os olhos. A alma que me define e já me acompanha até pelos períodos que não recordo, mas dos quais vou escrevendo até que me doam os dedos, plena de tanto por partilhar, foi reconhecida. O som da minha alma é ritmado, de batidas suaves, mas igualmente velozes e a revoltar-me até os cabelos, qual vento do norte. O som da alma que ninguém parece capaz de entender, talvez porque carregue um código muito próprio, assegura-me de que o que passo, enquanto me estou a doar, não é apenas do hoje e do agora, é de todas as viagens alucinantes que claramente me permiti.

Estou, neste momento de entre muitas reflexões que me permito, a ouvir as batidas dum coração que assegura a minha alma, como apenas ele pode, de que estaremos todos em pleno, em uníssono e a desejar o mesmo. Estou a sentir que a minha alma velha sabe exatamente que pessoa terei que me tornar, para que retorne a casa mais completa. Estou a ouvir os sons que fui tentando fazer ouvir, mas já percebi que apenas me cabe a mim escutar-me, porque serei sempre a única que restará.

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