Até já deixara de acreditar no Pai Natal, para lá de muitas décadas, mas acabei a recebê-lo de braços abertos, nem sequer contestando a barba que bem poderia ser falsa. As palavras e o olhar que me ofereceu, com um sorriso tão aberto, fez-me aceitar TUDO o que me disse ter chegado para mim, porque as minhas cartas, aquelas que escrevera ainda menina, tinham sido lidas e relidas, até que ele percebesse estar na hora.
- Chegou o teu momento menina teimosa. O que querias e quem querias, esteve sempre ao teu alcance, mas o teu percurso teria que ser este, de contrário nunca resistirias ao amor que te tem.
Não falei, nem sequer me lembro de ter pestanejado, mas absorvi todos os conselhos e percebi que me cabia a mim, apenas a mim, acreditar no que me fará feliz, porque esse será o caminho mais curto para chegar onde me encontro agora. Estou mais forte e segura agora, sem qualquer dúvida, mas estou o bastante para não permitir que me ames demais, porque terás que receber na proporção do que me dás. Terei que te saber dosear, de contrário apenas te alimentarás do que sou e também quero ser o alimento que te recordará, a cada minuto de todas as horas que ainda nos irão pertencer, que sou capaz de te dar tudo de volta.
Por ti, eu, a que não queria sequer dividir pensamentos, fiquei pronta para me misturar e para dividir o que sou e o que tenho. Por ti sou uma mulher mais completa, menos dorida e capaz de aceitar que afinal existe quem tenha bem mais do que sempre tive, sobretudo mais capacidade de me provar que querer alguém da forma certa, é possível. Por ti, todos os dias passaram a ser mais do que dias, agora são o que teremos, eu e tu, até ao fim!
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