Feelme/O que sou quando o consigo ser! |
O que sou quando o consigo ser, é algo que ainda me intriga, porque a verdade é que na maioria das vezes, sou apenas a que quero que vejam, e acabo a ser o que precisam de mim, mas eu mesma, da forma que me conheço e sinto, essa quase nunca consegue brilhar, e deixa sempre, TANTO por dizer...
Encontrar o equilíbrio entre esta "multidão" que me cabe dentro, eu e todas as outras que construí, uma para cada situação, protegendo-me do que me importuna e arrisca expôr-me, já foi difícil, mas agora sai de forma demasiado natural. Não queria ter que me esconder, metade do meu tempo útil, mostrando apenas a parte que fica visível, mas que não leva as cores de que sou feita. Não queria manter-me assim, muito mais tempo, mas confesso que receio o que isso provocará nos outros, até porque trabalho, diáriamente, a tolerância, o entendimento do que são os outros, com todas as limitações e medos que carregam. Não queria que me continuassem a ver assim, sem TUDO o que tenho e que até as poderá mudar, mas refreio-me, tenho que o saber fazer.
O que sou quando o consigo ser, deixa-me mais quieta, mais exausta também, porque percebo que não tenho tudo para dar, o tempo todo. Quando me atrevo a sentir o que me vai dentro, passando-o aos que sei que aguentam, fico em paz comigo, a saber o que faço aqui e porque me fizeram desta maneira. Quando me consigo parar. Quando me consigo olhar e ver, a mim, sem qualquer artifício, também me dói um pouco, porque estar "nua", sem qualquer manto, mesmo que transparente, é um desafio, mas acabo fortalecida, e capaz de segurar tudo o que cair depois.
O que sou quando o consigo ser, acaba a trazer-me pessoas como tu, acrescentando-me os espaços que mantive vazios, e mudando o sentido que dou a tudo o que faço, na maioria das vezes, mecanicamente. Prometi-me fazê-lo mais vezes, tentando que eu saia, também mais vezes. Vamos ver quem resiste, a mim!
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