Estou à espera, quero e preciso que me salves de mim. Quero ser salva de tudo o que me faz acreditar no que nunca poderá existir. Ser salva dos sonhos que nunca passarão da dimensão onde me encontro contigo, a cada noite, perdendo-te logo pela amanhã, quando os olhos que me olham se fecham e acordo. Ser salva do que me "forçam" os outros a acreditar. Ser salva dos beijos que a minha boca não terá forma de beijar.
É tanto o que nos aproxima, como o que nos separa, já diz uma canção. "Não me queres sufocar", dizes tu e porque por vezes sentes um medo interior de me estar a roubar tempo, disponibilidade e um amor que não se tem forma de fazer chegar. É tanto o que acabei a desejar, num desejo que galgou a minha capacidade de ser racional e objectiva, mas assim mesmo, estou a lixar-me para o que não fui capaz, porque fui capaz de tanto, mesmo que não tenha tido forma de nos salvar. Era tanto o que ainda achava ser capaz de fazer, que saber, nesta altura, ter interrompido a única dança que saberia, mesmo dançar, faz-me ter vontade de não fazer mais.
Estava à espera que pudesses e soubesses ficar. Estava à espera que pudesse ensinar-te a saber ficar. Estava à espera de não precisar de ser salva, não de ti.
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