Por vezes deixam-te assim, sem nada de ti dentro. Por vezes conseguem colocar-te no teu lugar, lembrando-te da tua importância, que será nenhuma aos olhos dos que ainda acreditam não precisar de ninguém. Por vezes fazes e dás de ti, tudo, sem esperares que te devolvam algum carinho ou palavras de reconhecimento, mas precisando desesperadamente dele. Por vezes seres tu, dia após dia, torna-se uma batalha bem dura de gerir.
Esventrada serás de cada vez que ousares parar de pensar em ti. Esventrada até que te desgastes, para sempre, sempre que não souberes cuidar-te, dando-te o que mais ninguém consegue, porque mais ninguém se importa. Esventrada até que já nada se possa fazer, e acabes morta, mas não das que permitem descanso e o desligar do que te fez afundar, numa morte bem mais real e dolorosa, porque te manterás por aqui, apenas tu, sozinha.
Ergue-te, por ti, põe-te de pé, mesmo que sigas a cambalear os primeiros passos, mas começa pelo princípio, volta atrás no tempo e faz bem feito. Nunca te deixes ir, permite-te fazer, mesmo parte da tua vida e conta a tua própria história, usando de quantas paragens necessitares. Não deixes que o frio te invada e não te encolhas demasiado, escondendo-te da vida e de todas as emoções boas que ela carrega, se ao menos as souberes viver.
Esventrada se não fores, em momento algum, a personagem principal. Esventrada se te deixares ir, sem lutar, sem acreditares que quando a história for contada, poderás lá estar. Esventrada sempre que deixares de te amar!
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