Carregamo-nos uns aos outros, mesmo depois de nos termos estilhaçado e partido em mil pedaços. Carregamo-nos acreditando que nunca mais voltaremos a ser os mesmos e olhando para trás com a nostalgia dos que fizeram más escolhas, numa das perspectivas, ou dos que se arriscaram a viver e se deram mal, numa outra talvez mais coerente. As emoções que nos envolvem chegam aos pares, amor e ódio nunca se despegam e conseguem, de alguma forma, contra o que desejávamos, andar cá e lá, revezando-se até que nos esgotemos e acabemos a desistir.
Nenhum amor poderá continuar ou ser mantido à força, quando o desamor se instala, porque, rapidamente e depois dele, virá o ódio, as acusações, as mágoas e os ressentimentos. A verdade é que NADA, mas mesmo NADA do que nos acontece pode ser imputado ao outro, a nós foi-nos dado o livre arbítrio e se escolhemos desta ou daquela forma, talvez porque nos tenha realmente sido mais conveniente, há que aceitar e parar de apontar dedos acusatórios, quando muito teremos que os virar na nossa direcção.
"O amor é cego"! Diz-se por aí, com enorme verdade, porque escolhemos o prazer que nos insufla o coração, à razão que nos espicaça de quando em vez e sem sucesso, tentando que nos mantenhamos acordados e a raciocinar. Amar é bom, CLARO e ninguém duvida, mas quando e de cada vez que for unilateral, terminará depressa e mal. O amor é uma dádiva dos céus, é a nossa busca incessante pela perfeição, pela alma gémea, a que nos entenderá até quando não nos expressarmos e porquê? Porque não queremos estar sozinhos, sem um suporte emocional, sem alguém que nos cuide quando não o soubermos fazer. Não estamos preparados para nunca ter do mesmo lado da nossa vida, a única pessoa que nunca nos abandonará, quem nos saberá perdoar as falhas, movendo-nos de forma a sermos mais perfeitos, mais realizados e mais felizes. Não sei se existe, se é possível, se o encontraremos em alguma das vidas pela qual andaremos, mas que jamais desistiremos de o perseguir, isso já posso garantir. No entanto também precisamos de aprender a parar de carregar o desamor. Teremos que o deixar ir, tal como foi a pessoa que nos parecia preencher, não olhando demasiado para trás e aceitando que todos os caminhos serão válidos para conseguirmos chegar ao destino certo.
Comecemos por nos perdoar e depois tudo entrará de forma mais suave onde é suposto!
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