Quando te dás demasiado, quando passas, metade do teu tempo a cuidar dos outros, acabas a perceber e nem sempre nos momentos mais tranquilos, que importas o que te deixarem importar e que mesmo que tentes e voltes a tentar, virá quem te diga, "eu avisei-te que era demasiado"...
Nada de mim é dado em vão. Nada do que mostro sentir pelos outros é pequeno, simulado e sem entrega. Tudo o que preciso é que entendam que não vem sem custos, porque também preciso de reconhecimento e de contacto visual, sei que é meu, que o escolhi, mas não estou sozinha aqui, ou pelo menos achava que não. Sei que digo que não importa o que carrego, que o meu desejo é que o final seja definido e que tenha a clareza que coloco em tudo o que começo. Que valha a pena.e não apenas para mim. Sei que não cobrava, mas vou começar a fazê-lo, vou cuidar de mim, em primeiro lugar, vou liderar os meus passos como já fazia antes, mas puxando menos a "corda" emocional que me tem deixado demasiado presa. Vou soltar-me de mim, soltando quem parece precisar que vigie menos e que esteja menos.
Não controlo nada, não consigo mesmo que faça aparentemente tudo bem. Não tenho forma de levar a que os outros bebam da mesma fonte, que sigam passos mais seguros e a que parem de cair para serem constantemente levantados por mim. Percebi-o da única forma que funciona para mim, vivendo-o, sentindo-o na pele, deixando-me perder por breves, longos momentos. Percebi-o e chegou no momento certo para mudar a sintonia.
Estou pronta para me desligar, já sei que consigo empreender sozinha,
e que nada nem ninguém terá forma de me deter, de acabar a mudar o que acertei com tanto empenho e conhecimento. Já não me vou voltar a mover no escuro, com medos que me gelavam antes. Já percebi que passei as ferramentas e que agora me cabe dar um passo atrás e deixar que sigam sem mim. Já percebi que me libertaram do que me parecia sufocar, que só conto até que me deixem contar e que só faço falta se faltar realmente.
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