Já estás assim tão longe, que quase nem me consigo lembrar dos teus traços. A prová-lo o facto inegável de que já nem contigo acordo. Ponho os pés no chão e reflicto sob a forma como me correu a noite e acabo sempre com a mesma constatação, não estiveste lá, não te senti e já nem sequer contigo sonhei!
Já deixou de ser triste porque é apenas uma consequência de decisões e cada um decidiu à sua maneira.
Estou sentada, de frente para o espelho que reflecte uma imagem tão diferente de mim agora, que não resisto a perguntar-me onde foi que andei afinal, para estar neste momento a fazer balanços e para me perguntar o que foi que me magoou, se já nem me lembro mais dos sentimentos?
O tempo vai passando à sua velocidade natural, e nós, seres tão pequeninos e incapazes de mudar o que quer que seja, passamos com ele. Se não quisermos resistir. Se aceitarmos, num dia, tal como o de hoje, acordamos a saber que tudo o que vem também pode ir e que o que não nos é destinado, não ficará. Continuo a ser a que ainda deseja amar sem medidas, sem tabelas e que já tendo percebido que o consegue, só terá que esperar que aconteça. Nada de mágoas, nada de palavras negativas, sobretudo para mim que dou mais valor ao riso do que ao choro. Carrego energias no sol que mantenho dentro de mim e nunca permito que mo apaguem.
Longe fica quem deixar ir e quem for incapaz de se manter por perto. Longe, bem longe de mim, permanecerão os que conseguiram provar-me não saber o que fazer comigo e ti já deixei ir!
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