Já soube. Contaram-me como eu pedi, de rompante, sem rodeios e poupando-me a condescendência!
Viram-te acompanhado, feliz, com os sorrisos que outrora te conseguia arrancar. Refizeste a tua vida, ou melhor, retomaste-a do exacto ponto onde parara quando tropecei em ti.Não vou dizer que não o esperava ou que não o sabia. Vi-o, sonhei-o tantas vezes, cheguei a sentir os calafrios e os suores que me escorriam perante o medo de estar certa. Foi sempre uma questão de tempo. Estivemos apenas ambos a adiar o dia, a prolongar a hora em que sairias de mansinho e em que te devolverias a ti mesmo o que perderas sem lutar, mas que estavas disposto a ter de volta.
Vou sentir a tua falta, sinto-o agora, tal como já sentia antes, sempre e de cada vez que os teus olhos pousavam nos meus e não me viam. Vou, agora, depois das certezas, começar a reavaliar tudo o que deixei de fazer e de dizer, para te manter. Vou ter que pensar mais em mim, para que me cure do que permiti que me magoasse. Vou precisar de aceitar que agora já não teremos volta e que terminou.
Já soube. Agora posso, também eu, recomeçar. Posso cuidar de mim, mesmo, como deixei de fazer mal entraste. Posso lamber as feridas e procurar o que me restaure o corpo dorido, e o coração cansado de lutar contra um adversário bem mais forte do que eu!
0 Comentários