No nosso futuro terá que estar a pessoa certa, porque se insistirmos em caminhar ao lado de quem nunca esteve do nosso lado, acabaremos a deixar quebrar tudo o que nos segurava e mantinha para além do amor que nos falta. São muitos os que padecem do tal desamor instalado. Deixaram de sentir falta do outro. Deixaram de suspirar fundo e de se verem tocados como apenas pode quem nos toca realmente. Pararam de planear os passeios de mãos dadas, porque elas já não se tocam nem cruzam. Impediram-se de sequer olhar, porque já não conseguem ver para além de si mesmos.
No nosso futuro precisamos de saber que os beijos a trocar ainda serão quentes, doces e cheios de nós. No nosso futuro teremos que ser capazes de nos ver juntos, amando-nos e transformando o que sentimos no bálsamo que curará qualquer ferida. No nosso futuro, não vamos querer o vazio, o lugar preenchido por uma sombra. Os silêncios que nos arrastarão com o peso do mundo. No nosso futuro ainda poderá vir muito futuro, se estivermos seguro do que o presente nos dá, depois de todo o passado que construímos.
As dores de alma e do corpo. As noites de silêncios carregados. Os vazios que se colam ao estômago, seguidos de um medo que nos arrancam as entranhas. Os lugares que já não têm nome e as ruas que deixámos de reconhecer. Isto é o que o nosso futuro nos dará se não nos dermos e se nos pararmos, sobretudo de sonhar.
No nosso futuro deveríamos já estar eu e tu, mas recuaste e permitiste que o mundo escolhesse por ti. Certamente que não nos voltaremos a ter, mesmo que eu saiba já ao que me saberias quando mais velhos, mas mais entregues ao que passámos a ser, a solidão nunca encontrasse lugar.
Não sei quem me acompanhará no futuro que me negaste, mas se não for do tamanho do amor que te tenho ainda, escolherei ficar sozinha, mas sabendo que nunca me sentirei só!
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