Quando a relação, mesmo que desconfortável e a correr de forma errada se vê confrontada com um terceiro elemento, o nosso mundo começa por ruir primeiro e só depois é que conseguimos pensar e sentir!
Quando não planeámos que entrasse alguém para nos resgatar, porque nos sentíamos confortáveis na nossa infelicidade, não tendo o que já nem sabíamos se fazia falta, acertar os passos e decidir torna-se mais doloroso do que a dor que nos assolava antes e com a qual já sabíamos viver. Quando menos se espera, ou quando já deixáramos de esperar por um milagre, aparece quem nos consegue sentir, quem nos vê, mesmo e quem nos arranca os pés do chão. Mas e que fazer quando não somos apenas nós? O que dizer a quem também já era tão miseravelmente infeliz quanto nós, mas que simplesmente deixou de saber como nos deixar ir? Quem escolher e o que mudar para que possamos mudar, voltando a viver? Quando menos se espera, chega quem nos lembra que a vida é mais do que acordar e adormecer. A vida terá que ser feita de emoções que nos emocionem, que nos movam cada músculo, até e sobretudo o da barriga, deixando-nos com um frio saboroso e com a certeza de que estamos no lugar certo e melhor ainda, com a pessoa certa.
O que se pode fazer quando a única pele que queremos sentir não nos pertence? O que dizer quando apenas precisamos de correr, na direcção contrária e abraçar quem nos acordou de um sonho que prolongámos demasiado tempo? Como saber se está certo, e se podemos por uma vez que seja, pensar apenas em nós?
Não podias ter vindo mais cedo, quando era apenas eu e quando a minha felicidade dependia apenas do que sonhava? Não podias ter-me acordado, logo depois de adormecer? Não podias ter-me salvo de mim, quando me atrevi a mergulhar sem olhar? O que faço contigo agora?
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