Qual é a parte do outro que nos faz mesmo falta e será que é errado querer apenas essa?
Vamo-nos usar? Eu a ti, como já aprendi e tu a mim, porque o sabes fazer tão bem. Se pudesse escolher não seria assim, não apenas corpo, não sem incluir mais nada de mim, mas na realidade não posso, não permites...
A verdade é que, e moralismos à parte, é bom, muito bom, saber que despertamos e sentimos desejo por alguém que terá chegado, sem que saibamos muito bem por que razão. Não sendo a certa, e hoje em dia parece que não acertar é invulgarmente comum, existirá algo que tende a permanecer. Alguns de nós movem-se pelo corpo, pelas emoções que apenas ele consegue passar e não passam sem cada uma delas. Acham que merecem e que compensa, de alguma forma, o esforço empreendido em mais uma tentativa de relação.
Vamo-nos usar? Sim, embora lá. Podemos. Queremos e no final regressamos, tu e eu, às nossas rotinas, mais plenos e sem culpas ou pecados. Dei-te. Recebeste. Escolhemos ambos fazer, e fizemos todo o amor físico que conseguimos aguentar. Já aprendi contigo. Já sou mais fogo e menos gelo, aquele que tendia a apagar qualquer vontade de te ter. Vou, contigo, por ti e sobretudo por mim, e que bem que me sabe no final.
Pediste-me. Que me desculpe a metade que me tenta contrariar, de cada vez que escolho outra interpretação das relações, mas eu vou e sei que vai ser bom!
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