Tanto tempo, vida, lugares e pessoas que já passaram por nós, que sabermos, com toda a certeza se somos os mesmos e sentimos como antes nos deixa de pernas trémulas e de lábios secos!
Será que somos os mesmos? Será que vamos ter como reaver cada um dos minutos que estendemos porque precisávamos de continuar a viver? Será que o teu corpo ainda reconhece o meu e sabe que sabor lhe deixará? Será que a força de que fomos feitos, eu e tu, quando nada na nossa vida se parecia com alguma coisa identificável, nos permitirá retomar do mesmo ponto?
És, inquestionavelmente, a minha pessoa certa e tens tudo o que me poderá alguma vez fazer falta, porque sem ti preciso de muito pouco. É contigo, tal como já o foi antes, que me reconheço e faço sentido. Nada de mim, nunca, não nesta vida porque das outras não me lembro, foi tão natural e certo. És tu sim e sou eu para ti, mesmo que não o quisesse admitir.
Será que somos os mesmos ainda? Será que poderei contar-te sobre cada um dos anos em que não estiveste, não fisicamente, mas nos quais nunca saíste de mim? Será que te doeu com a mesma dor? Será que te sentiste rasgar de desespero, enquanto tentavas em vão manter o sonho para além da noite? Será que me sentiste dentro de ti e saboreaste a mesma boca que agora se cala, não porque me falte o que dizer, mas porque não sei como o fazer? Será que vamos voltar a ser apenas nós, deixando ir de vez, quem afinal nunca esteve por perto? Será que ainda somos os mesmos?
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