Não precisas de baixar o olhar, nem de recear a minha dor, porque a que me infligiste transformou-se em palavras, operando uma magia que acabará a tocar muitos outros!
Alimento-me de tudo o que me move, dos momentos bons, dos risos e das gargalhadas, mas também das inevitáveis dores, do desalento e das interrogações. Não tens que lamentar não teres sabido ficar, porque eu entendi-te, aceitei e segui em frente. Se não ficaste, então o teu lugar não era aqui, não era este e não teria que ser eu.
Quem escolheu quem? Quem decidiu o que precisava? Quem procurou o que certamente lhe sararia as feridas? Eu e Tu!
Já fomos dois, nos desejos, nos sonhos, nos beijos, mesmo que escassos, mas já fomos dois, cheios de uma vontade que nos clareou os dias e fez tudo o resto ficar pequenino. Já nos segurámos, rimos e chorámos. Já demos e recebemos de forma intensa e apaixonada. Já nos amámos até que deixámos de nos querer no mesmo lugar, aquele que arriscámos sonhar, mas que tão bem nos soube e fez.
Não lamento nada do que representaste. Não me arrependo do que acreditei ver, nem do que julguei fazer-te sentir, porque sei que o consegui. Sei que te arranquei os pés do chão e te provei que amar é tudo aquilo de que falo.
Não lamentes nada do que tivemos, nem o que deixámos, porque eu segui, tu seguiste e a vida recusou-se a parar. Sei que quando voltares a amar, quando sentires outra vez as borboletas na barriga e o sorriso meio tolo a despontar, te lembrarás do que representei e quem sabe não estarás mais preparado para dar, incondicionalmente, o que alguém se arriscou a pedir. Nunca lamentes o que não foste capaz de manter, não sabias mais e também não tinhas melhor.
Foste o percurso novo que percorri até saber o que queria para mim. Não tens que lamentar mais nada, porque o que me deste, trouxe-me até onde estou hoje. Obrigada!
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