Será que sabes o efeito que tens nos outros e de que forma os impulsionas ou diminuis? Será que fabricas o teu próprio mundo, aquele em que desempenhas os papeis que escolhes, fazendo e validando os castings?
Será que vives no mundo real? Tens consciência do que representas para os outros? Consegues classificar-te, avaliando o que te deixa bem e o que nunca permitirás que te faça mal?
Sei que sabe bem ter um refúgio, ou vários em simultâneo, porque o mundo por vezes decide derrubar-nos, acordando-nos com catástrofes que nos abanam as estruturas e obrigam a desvios, quando parecíamos ter tudo TÃO planeado. Sei que preciso de me refugiar de mim e dos outros, mesmo que o vá fazendo com demasiada frequência, talvez porque esteja numa constante insatisfação com os outros e não retire o que me encheria e preencheria.
Por vezes ser corajosa é uma forma perigosa de realismo. A coragem parece ameaçar os nossos pares, talvez porque lhes vá faltando coragem até para o essencial. Por vezes bastará que saibamos onde estar e com quem para que o nosso mundo colida com os planetas que o rodeiam. Talvez viver num outro momento e tempo não seja assim tão mau.
Será que vives no mundo real, ou tens um refúgio secreto que te protege sobretudo de ti?
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