- Ainda te lembras de mim querida?
Fiquei a olhar, estarrecida, para a frase que me estava a trazer-te de volta, escrevia e apagava a resposta vezes sem conta, receosa de não usar a correcta, a que conseguiria mostrar o quanto a tinha esperado.
- Como é que te poderia esquecer?
- Estás bem? Preciso de te ver, tenho saudades de ti e já estou cansado de fingir que não existes e que a tua vida não esteve na minha.
- Eu estou aqui, estive sempre, se me queres ver basta que o peças.
- E virás?
- Sim vou, tu sabes que sim.
- Posso ligar-te?
Ainda não tinha respondido e o telefone já tocava. Existem timbres que nos entram bem dentro, que se misturam com o que somos e acabam a permitir-nos sensações que não se explicam. O que aconteceu a seguir, durante as horas que falámos sem conseguir interromper os pensamentos, as perguntas, as dúvidas que nos assolavam, bastou para que nos recuperássemos e para que pudéssemos sentir-nos de novo.
- Já entendeste porque fugi de ti?
- Não. O que entendi foi que andaste a perder o tempo que já poderíamos ter usado e apenas para acabares aqui, comigo outra vez.
Não houve promessas, não ainda, apenas desejos que desta vez vamos fazer por concretizar. Estou a caminho, sinto o coração aos saltos de ansiedade, quero ser tocada e beijada por quem um dia reconheci. Beijada e amada até que me doa por dentro, até que todo este tempo sem o ter se reponha e até que me seja devolvido o que já merecia ter há muito!
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