Não sei quem és nem o que me trazes. Não sei porque me chegas agora e não antes, nem o que tens para acrescentar. Sei tão pouco, mas procuro cada vez menos, porque talvez assim resulte.
Quem és e porque foi que te interessei? Provavelmente nem tu saberás a resposta, ou nem queiras fazer as perguntas com que te metralho, receosa deste medo que tende a colar-se sempre que sou tocada. Aguçaste demasiado a minha curiosidade e pareces-me ser tão igual a mim que escolho duvidar. Quem és tu? Porquê hoje e não num outro dia qualquer? Porque foi que não me impediste de tentar mais vezes, falhando, quando contigo sabe ao que soa? Porque demoraste tanto?
- Deixa-te ir - É o que me dizes com esse sorriso que te ilumina por dentro e eu deixo, mas apenas por uns quantos minutos, porque depressa regresso à minha necessidade de controlar o que até já sei que não controlo, mas permito-me acreditar que assim me resguardo um pouco melhor.
Quem és tu e o que tens de tão intenso que me absorve até o ar, deixando-me de respirar mais pesado mal me tocas? Para quem foste olhando com esses olhos que me conseguem ler a alma? Que nome repetias com esse timbre que me arrepia de cada vez que oiço o meu? Que lábios cobriste com a boca que alimenta a minha? Quem és tu que acorda o meu corpo e o leva até sou mais mulher e o trás de volta apenas para ter mais de ti? Quem és tu a quem amo assim, como se amar fosse o que sempre soube fazer?
Estás a sorrir, sinto-o, enquanto o teu abraço me tenta sossegar de mim. Estás a responder a cada pergunta, um dia de cada vez e sem a pressa que as minhas perguntas exigem. Estás a tentar que pare de me parar e que te dê o que me vieste trazer, mas só o vou conseguir quando souber quem és...
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