Dou voltas e reviravoltas no mesmo lugar, querendo e esperando que o antes regresse e que o agora não me impeça de ter o que já era demasiado confortável para que me questionasse. Faço-me as mesmas perguntas, uma e outra vez, mas nenhuma das respostas me convence e por isso continuo de forma obstinada a perguntar pelo que já é demasiado claro. Forço-me a querer de forma diferente da que sinto, até porque já me senti assim e não gostei da falta de controlo enquanto tentava em vão controlar-me e retomar o poder que me pertencia. Paro-me de cada vez que continuar parece ser demasiado obscuro e irreal, mas a realidade é bem diferente da que antecipei enquanto apenas vivia, respirava, usufruía e era eu mesma, sem necessidade de me revelar ou esconder de alguém. Já não sonho sozinha, porque finalmente existe alguém que partilha do que já arrisquei antecipar, mas continuo a acordar da mesma forma, eu comigo e com muitos mais medos dos que carreguei enquanto dormia, achando, de forma inocente, que os apagaria a todos, um a um.
Dou voltas e reviravoltas, mas nunca saio do mesmo ponto onde me coloquei quando decidi desistir do que me cobraria uma mulher mais forte, mais arrojada e descomplicada. Dou votas e reviravoltas achando que tudo acabará, eventualmente, por se tornar tão claro quanto a vontade que tenho de ser amada por alguém como tu e de me render ao que me devolveria a pessoa que já fui antes.
Ninguém nos garante o "felizes para sempre", mas se mesmo acreditando, escolhermos deixar de o esperar, lendo apenas ler o que tiver legendas e nunca arriscando leituras imprecisas, a serenidade acabará por se instalar e resistir deixará de ser uma necessidade. Ninguém escolhe por nós as "armas" a usar para que nos possamos defender do que eventualmente nos roubaria os silêncios reparadores, os lugares que já conhecemos e a pessoa que nos tornámos enquanto resistíamos ao desmoronar do que já foi tão simples e natural que naturalmente nos beliscou o corpo e alma quando não funcionou. Ninguém parece saber do que sei enquanto tento explicar o inexplicável!
Dou voltas e reviravoltas, mas não avanço o bastante para querer revirar a minha vida e apenas tentar.
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