O meu coração não é, nem será, o primeiro ou o único a sentir a dor que provoca a falta de amor. O meu coração, por mais que lhe fale e explique, mantém-se totalmente entregue e devotado ao teu, numa teimosia que nos magoa a ambos e que ainda assim não nos leva a lugar algum. O meu coração insiste em esperar por ti e é assim que me impede de voltar a amar quem até já me escolheu.
Já é tanto o que diz a minha cabeça, argumentando que sem bom-senso não haverá lugar à sensibilidade que nos ensina a fugir do incerto, ou a ficar, sem receios, no lugar que o outro será capaz de ocupar. Está em constante luta interna com o que se diz ser o maior músculo, mas que ainda assim bate, pulsa e atormenta o corpo e a alma com as suas escolhas absurdas. Rebate tudo o que sabe não ser certo, mas não se acerta com a vontade e o desejo, nem com a lógica ou a burrice instalada. A minha cabeça quase que se rende perante a possível impossibilidade de contrariar o pulsar do coração, mas ainda assim se não me agarrar a ele para sobreviver, certamente que serei apenas mais uma "a morrer de amor".
O meu coração não foi seguramente o primeiro a provar do sabor amargo da recusa e mesmo que nunca se tenha recusado a dar mais do que recebia, acabou endurecido e incapaz de entender quem o fez bater. O meu coração nunca esteve errado, sei-o agora, mas de nada nos adianta que teime em me provar que se sabia certo, porque erradamente escolhemos ambos a pessoa que não nos servia.
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