25.6.21

Até que a vida nos separe!



De quanto dependes do teu significativo "outro" para estares bem?

Estou bem se estivermos bem. Estou miserável e infeliz se o "nós" se danificar. Não sei quem sou sozinha e mesmo gostando de estar casada e de me sentir protegida por ter alguém, precisava de voltar a ser apenas eu. Que estranho é perceber que vivi tantos anos sem qualquer medo da solidão, achando que me estava a armar das ferramentas certas. Estive na faculdade, fiz Erasmus, viajei por meio mundo e conheci outro meio, mas de repente, quando passei a ser apenas a mulher de alguém, mesmo sentindo que na maioria dos dias sou o ser mais miserável à face da terra, não me consigo divorciar.

Há muito que deixámos de partilhar a mesma cama e estamos em quartos que o outro não povoa. Comemos em silêncio e já quase que me esqueci da cor dos seus olhos, mas quando finjo não os estar a ver, vejo apenas um enorme vazio que quase me arrasta para bem dentro da sua alma, porque também ela deve estar exausta de tanto desamor. Para onde viajou a paixão que nos juntou? O que fizemos de todos os planos e desejos comuns de vida? Agarrámo-nos à educação dos filhos e cuidámos deles inteiramente, descuidando-nos. Algures num tempo que já perdi, perdemo-nos do amor que sentimos mal nos abraçámos e saboreámos o que nos parecia ser apenas um beijo de muitos.

Do que precisas para deixares de depender do outro e passares apenas a precisar de estar bem para te dares na proporção certa?

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