Tanto que exploramos agora os recursos emocionais, talvez porque os do planeta estejam a cada dia mais escassos, ou simplesmente porque achamos que podemos!
Prendemos, em gaiolas douradas, os nossos sentimentos e apenas os soltamos depois de percebermos o que move o outro. Já nada é oferecido, dividido, usufruído com naturalidade e sem pedir nada em troca. Queremos nos nossos termos. Queremos amar depois de nos sabermos amados e não consumimos as energias, gastando-as onde é suposto, ao invés sentimo-nos esgotados e sem propósito, o que obviamente acontece aos que não sabem que direcção tomar.
Tal como para falarmos andarmos e posteriormente corrermos, necessitámos de quem nos apoiasse e orientasse, tudo o que fazemos por aqui tem uma norma e formas mais correctas e mais bem-sucedidas. "Quando não sei aprendo" - esta é uma máxima frequente e não tenho o hábito de atirar para os outros a responsabilidade de me orientarem, porque no final das contas, quem precisa é que deve ir atrás.
Tanto que nos escudamos em culpas alheias, apontando todos os dedos de ambas as mãos e vestindo a capa negra do vitimismo. Não entendo o que se retira de produtivo disso, sobretudo porque não tenho por hábito entregar o meu bem-estar e felicidades em mãos alheias. "Se já te enganaram uma vez, até te dou alguma desculpa e coloco um carimbo de inocência, mas se foram duas, três e muitas mais, aí meu amigo, tens a burrice tatuada na testa e apenas tu não a consegues ver. O meu conselho é de que te olhes mais ao espelho, reparando em cada centímetro de pele que te cobre e untando-a de todo o respeito que DEVES exigir, de contrário"...
Tanto que esbarramos no tempo sem nunca o usar convenientemente e achando que ele se manterá sempre generoso e disponível. Tanto que escolhemos não ver, para não resolver. Tanto que ainda falta para que já muito pouco precise de faltar.
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