E de repente, do nada, ou talvez do tudo que já vimos a viver e a acumular, percebemos que somos o suficiente, mesmo que nunca o sejamos completamente!
Se a vida é feita de escolhas, escolho ser a minha melhor versão, mesmo que sozinha e curiosamente a palavra deixou de me assustar. Estou a falar do campo amoroso, porque no que a amizade diz respeito, quero muito e a cada dia mais, ter por perto quem saiba de mim o suficiente para não me julgar. Desejo, vigorosamente, pessoas resolvidas, mesmo que com algumas pontas soltas, porque as teremos todos. Sonho com o dia, em que já mais velha, terei com quem partilhar histórias cujos inícios conheceram e para cujos finais estiveram disponíveis, velando-me as dores.
O que é mais forte do que uma amizade sincera? Que valor tem a possibilidade de sermos aceites por nós, com todos os defeitos e qualidades e sem julgamentos sumários? Quanto não valerá um ouvido pronto e sem pressas e olhares que nos assegurem de que somos mais do que seres humanos que erram?
E de repente o caminho afunila-se para uns quantos que estiveram connosco, mas também se abre para o que ainda falta viver e que será tanto quanto nos permitirmos. Até que o final chegue, existirá sempre uma viagem e cabe-nos por isso fazê-la da forma mais suave e digna de registo que conseguirmos.
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