Acordei do que começou por parecer um sonho, mas rapidamente me arrepiou ao ponto de quase sufocar nas dúvidas que se instalaram. Eras tu, estavas ao meu lado e conseguia sentir o cheiro que tão bem conheço. Eras tu e o teu sorriso mostrava o quanto te inundava de prazer. Estavas totalmente pronto para cada uma das experiências que claramente te ligavam todos os botões. Eras tu, com os lábios que tantas vezes me beijam e asseguram de que me queres tanto quanto te vou querendo, eras tu, mas a boca que te beijava não era a minha.
Acordei cheia de um suor frio que me enregelou até a alma, porque percebi que mais alguém te enchia e preenchia dum prazer que não me carregava. Acordei a duvidar do que foi apenas um sonho, mas que a ser verdade me mataria numa morte lenta. Acordei ainda mais determinada na certeza de que apenas poderei ser eu porque és quem me assegura de que o amor vai, mas volta para nos manter vivos. Acordei dorida, sem a força habitual, por te ter sentido reagir ao que ainda não consegui provocar. Acordei sem vontade de voltar a sonhar, não assim e nunca mais com um cenário que me afaste do que preciso e quero viver contigo.
Quando somos nós e já o fomos algumas vezes, parecemos bastar-nos e é o que me tem bastado, por isso excluo, inteiramente, que precises de mais, do que não sou nem tenho e que tenhas o que te quero proporcionar sem mim. Quando o que aceitamos não nos define, a única definição possível é a recusa e recuso, terminantemente, a partilhar-te.
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