12.4.22

Como é que te respiro?



É difícil resistir-te quando te vejo assim, a moveres-te de forma tão sensual, que até o ar parece circular de forma diferente. Ainda não sei o que fazer com a tua entrega, nem com os olhares que me ofereces, porque em cada um sinto que me vês realmente. Por vezes pareces ler tudo o que tenho dentro, as tuas palavras saem como preciso de as ouvir e o teu toque, suave, mas a acontecer sempre no tempo e momento certos, preenchem os espaços que encurtas a cada dia mais, para que te ame sem questionar. É difícil resistir aos beijos que te carregam inteira, estás sempre disponível e nunca me roubas o que me levaria a tranquilidade. Doseias o que me devolves, dando-te a uma velocidade que me acelera, mas também permite ir mais devagar, para que viaje em todas as partes de ti, até pelas que ainda não conheço. 

Não sei por onde andaste toda a minha vida, que lugares nos distanciaram tanto para que demorasses, mas sei que agora estás aqui. Vivi para além de ti, tive amores que me fizeram acreditar no "para sempre" e outros tantos que me desviaram da tua rota. Fui pequeno para te conseguir ver, mas agigantei-me para te conseguir manter, aqui, no coração em primeiro lugar e seguramente que em tudo o resto que me move. Perdi os momentos que agora me contas, mas já me jurei acrescentar, num futuro que será o nosso, tudo o que saberei escrever contigo. Não sei quem foste quando não o eras comigo e quase que me dói imaginá-lo, mas sei o que serás pelo tempo que te tiver.

É difícil resistir-te, mas já deixei de tentar.


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