De que forma podes saber ao que sabes a alguém? Que medidas podes usar enquanto medes o amor que tens para dar, mas receando que nunca chegue da forma que armazenaste, achando que era a certa? Que palavras deves usar enquanto te expões, para que saibam quem és e o que representas, mas sem que te deixes demasiado nua e vulnerável? Quando é que percebes que já ultrapassaste a linha que separa o suficiente do muito e que mesmo achando que o amor não se mede e por isso não afoga ou quase engole, acabas a engolir quem não precisa de tanto?
Crescer emocionalmente, desenvolvendo habilidades e perceções que os outros deixam passar, estando demasiado distraídos, ou sabendo os custos que os envolvem, apresenta faturas bem altas e que deverão ser pagas de imediato. Ter a confiança e sabedorias que nos fazem saber exatamente o que ser e fazer, não nos deixa confortáveis para dizer tudo e acabam sempre por nos fazer voltar ao eterno lugar solitário. Perceber que a capa nunca poderá abandonar os ombros, mesmo que em dias escaldantes, arrefece-te inevitavelmente o coração. Aceitar que o mundo não está pronto nem aberto para os que sabem mais, querem tudo e precisam de ser do formato que faz sentido para que tudo o resto faça verdadeiramente sentido, leva tempo, mas é esse mesmo mundo que o ensina, da forma mais dura.
De que forma podes dar amor tendo o amor que te serve? Que partes de ti poderás manter enquanto tentas fazer parte de alguém? Quando é que percebes que precisas de voltar as costas ao movimento que parecia levar-te a algum lugar, aceitando, sem demasiadas dores, que ainda não chegou o teu momento? O que ainda te falta saber para que mais nada precise de te fazer falta e sejas apenas tu, ao teu ritmo, com as tuas músicas e sem as pausas que apenas servem para te fazer duvidar? Para quando o merecido repouso do guerreiro?
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