Tenho músicas que me movimentam bem mais do que o corpo, expondo o que tenho dentro e não me atrevo a mostrar, por isso uso-as sempre que sou apenas eu, comigo. Carrego sentimentos que vieram das emoções que nunca admiti ter, mas é em cada um que me defino como pessoa, mulher e ser que sente muito para lá do que até seria desejável. Encontro saídas quando todas as portas estariam aparentemente fechadas e saio, rapidamente, até pelas janelas se necessário for, porque me recuso as grilhetas emocionais que me colocariam para sempre numa prisão que mesmo a brilhar me mataria a alma.
Não quero amores que me encerrem em lugares que não reconheço, preciso da liberdade que as certezas carregam, carregando-me em todos os segundos que puder dispensar, mas exigindo que me dispensem o tempo que mereço. Não me contento com o pouco que até poderá saber a muito para quem o "oferecer" porque sou sempre tudo e tanto, que só me resta aceitar que nem todos saberão o que fazer comigo. Não me defino apenas pelo que digo, digo o que sinto e sinto-me em cada palavra para que me saibam escutar. Não corro apenas para chegar ao final, faço-o à minha velocidade até ao lugar de onde regressarei ainda mais completa. Não minto, mesmo que o faça comigo por breves segundos, na esperança de que me possa parecer um pouco mais com o todo, mas apenas para me arrepender logo de seguida, porque tenho que aceitar e assumir a mulher que eu mesma construí
Se estou presa a mim, sendo a única pessoa que irei carregar para sempre, então pretendo saber o que fazer comigo de cada vez que mais ninguém conseguir. Sou assim e não me vou desculpar!
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