Perdas inevitáveis quando, inevitavelmente, te deixas levar pelo que sabes não ser real. Batalhas que se avolumam e que perpetuam a guerra, arrancando-te os pedaços que tanto te custaram juntar. Momentos que te impedes de viver, enquanto vives de forma forçada, o que sabes ser de mentira.
Não te iludas por demasiado tempo, não quando já tens todas as respostas e quando partes dos teus dias deixam de ter sabor. Não te massacres perante a incapacidade de quem afinal nem conheces, porque apenas estarás a relegar-te para segundo plano. Não aceites o inaceitável em nome dum amor que apenas criaste no teu imaginário fértil, porque ele cairá tão depressa quanto chegou, e sem aviso, como o fazem quase todos os amores. Não te dispenses dos lugares que já ocupavas, apenas para que possa caber quem nem sequer desejou entrar. Não aceites o não como resposta para o que deveria ser um sim definido e sincero.
Perdas que se colam a todos, aos que perdem por escolha e aos que escolhem, durante demasiado tempo, não perder o que julgavam valer a pena. Perdas que nos recordam do quão bom era não ter por perto quem nunca nos desejou o bastante para nos manter. Perdas que demoram a aceitar, mas que nos permitirão entender melhor quem somos e o que fazemos por aqui. Perdas, porque fazem parte de qualquer processo, mas que nunca nos poderão levar a que nos percamos de nós.
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