Continuo à procura da sensação que nos deixámos quando nos vimos pela primeira vez. Ainda hoje, muitos anos passados, não voltei a esbarrar em quem fizesse tudo parecer certo e sem esforço, apenas com um olhar. Continuo à procura do jeito desajeitado com que nos tentávamos evitar, sem sucesso, porque o que mais pretendíamos era que nenhum dos nossos momentos terminasse. Ainda me consigo lembrar do som das palavras que reservavas para mim, deixando-me sem saber o que dizer, mas cheia de vontade de te inundar da minha história. Continuo a querer de volta a paixão desmedida que acreditava ser apenas possível na adolescência, porque saberia exatamente o que fazer com ela.
Nunca antes tinha sentido ou sequer achado que alguém me estaria reservado, mas ver-te soube a um regresso ao passado, a uma qualquer vida na qual teríamos sido e tido tudo. Nunca, antes de ti e jamais após tanto tempo, reconheci quem me tivesse reconhecido, mesmo que não entendessemos de onde ou porquê. Nunca acreditei em amores instantâneos, mas foi instantaneamente que nos amámos, desejámos e acabámos por mudar as nossas vidas para sempre.
Continuo a querer esbarrar em quem saiba o que fazer comigo, tal como soubeste, e continuo ansiosamente à espera das certezas que os nossos beijos nos passaram quando o tempo parecia não correr. Continuo, hoje que sei a que velocidade o tempo nos afasta, repreende e ignora, a querer que não seja preciso continuar a querer. Continuo à espera de "ti"!
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