Vimo-nos um ao outro, recordámos o que tivemos e de que forma caminhámos, afastando-nos e juntando-nos tantas vezes quantas os nossos corpos sedentos o permitiram!
Quando e sempre que não te tenho, nada se encaixa ou faz sentido, sinto-me a vaguear por caminhos que já conheço, mas que não me levam a lugar algum, apenas flutuo e respiro porque se deixasse de o fazer morreria realmente, mas morta é como ando quando não estás aqui.
- Deixa-me tocar-te, estás tão diferente, mas és e sempre foste quem eu quero.
Vi os teus olhos encherem-se das lágrimas que derramaste a cada beijo, a cada afago nos cabelos que já te rarreiam, sorvi a tua essência, sorri perante a certeza que sempre me acompanhou, querer-te nunca foi diferente, foi o que sabia e sentia, e agora que estás aqui posso descansar o coração cansado de tanto te sonhar.
- Vais ficar, comigo?
- Já não tenho como seguir na direcção contrária, és tu, soube-o sempre.
Existem mundos que precisamos de correr para que possamos voltar ao único lugar possível, real, nosso. Quem arriscar o percurso sairá mais inteiro, mas não poderá estender demasiado o regresso, o risco de não ter para o que regressar é real e se alma se magoar, só numa outra vida e agora eu sei que não queres esperar tanto!
12.4.14
Num olhar apenas...
by
Sue Amado
on
abril 12, 2014
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