Não sei como me levanto às vezes, de que forma o meu mundo se consegue completar e fazer-me chegar até onde sou precisa. Depois de apenas 4 horas de sono, continuei a correr, para atender a quem se deixa fragilizar ao ponto de não se encontrar de volta. Fiz o caminho todo em silêncio, nem conseguindo juntar os meus pensamentos, sentindo que precisava de doar alguma da minha intensidade e força. Afinal sou tão resolvida que me assusta ver quem ainda se tenta encontrar e o medo dos outros entranhou-se-me tão dentro que dei comigo a ouvir-me respirar.
Ainda estou assim, meia-meia, com cada músculo do corpo dorido e a parecer que corri uma maratona, léguas e léguas de desaires dos outros, num percurso que não me pertence, mas que se cruza com o meu e do qual não terei como fugir. Já me fartei de agradecer hoje, por ser como sou, por tudo o que consigo concretizar, pelos desejos dos quais não abdico, pela minha capacidade de não me deixar partir, não em pedaços que não se possam colar de volta.
Não sei quem é esta mulher. Não sei quem sou, de onde vim e porque sou assim, mas sei, com toda a certeza, onde quero estar e a fazer o quê, porque querer tem-me bastado para não desistir, não de mim. Espero que alguém bem acima de nós cuide de todos quantos não se conseguem cuidar e que que os impeça de cair demasiado fundo. Eu farei a minha parte, porque se for essa a minha função,aqui, então eu aceito!
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