Ainda não estou a contar os dias, nem me atrevi a ver-me do lado de lá, a parar de controlar tudo o que sempre me pertenceu, por obrigação e por direito, e não sei muito bem como irei sobreviver desta vez, porque a minha força interior vai ser testada ao limite, tudo o que sabia gerir e que permitia aos outros, aos que me pertencem verdadeiramente, continuar de forma suave e tranquila, vai simplesmente desaparecer, vai ter que ser delegado, sem que sinta a confiança de que correrá bem, tão bem como sempre corre comigo.
Não me digam que temos que deixar ir os filhos, permitindo-lhes crescer, porque eu sei tudo isso e também exigi que mo fizessem, mas não era a hora, não ainda.
Estou a sentir o meu coração a apertar, forçando-me a respirar alto, de forma descontrolada, com medos que me acordam nas noites que deixaram de ser tranquilas. Este peso vai ser levantado com demasiado esforço, e não será apenas meu.
Estou a sentir um medo que quase me paralisa, porque não estarei, aqui, quando chamarem por mim, sempre que alguma dor os assole, de cada vez que os pesadelos os atemorizem, ou sempre que desejem, simplesmente, ter-me por perto.
Estou cada dia mais convicta que suporto, de forma estoica, qualquer dor, e que não fui feita para partir, mas desta vez ficarei a saber, verdadeiramente, de que massa sou feita.
Acreditei, lá atrás, que não iria ser forçada a entrar por aqui, mas já percebi que para mim tudo chega em forma de teste, daqueles a que muitos não sobrevivem, mas que a mim servem para me deixar ainda com mais fibra. Eu sou das que não morre nem que me matem. Ponto final!
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