Estás frágil, consigo entender-te quando explicas que não sabes de que forma poderás dar os passos seguintes, como poderás parar de aceitar o que já tens, há muito e que não te basta!
Falas algo assustado, tens medo de a perder, sabes que está uns quantos passos à tua frente e que construiu tudo o que tem agora, sozinha, sim, mas com a coragem que a trouxe até aqui e agora até a ti.
- Contaste-lhe de ti, preparaste-a para o que tens e és realmente?
- Estou a ir devagar, se a assusto perco-a para sempre.
Não sei muito à cerca de fórmulas, mas acredito que se deve usar o bom senso, colocando o que se sente em primeiro lugar e avançando depois disso, porque se soubermos que nos amam como dizem, até as mágoas se retraem e a nossa capacidade de esperar se amplia e acaba a levar-nos ao lugar certo, no momento possível.
O teu semblante vai-se carregando, já não sabes como descontrair, tens medo de usar as palavras erradas, dizendo o que não quer ouvir, mas que é a tua realidade, a que tiveste antes dela e a que mantiveste, porque decidiste que estar era possível e que nada mais haveria a fazer. Foi aqui que deixei de te apoiar e tantas vezes te disse que nunca devemos adiar o inadiável, que a doer apenas o será uma vez. Disse-te que te preparasses, que deixasses de olhar para o lado, porque um dia chegaria quem valeria a pena e já não saberias como te mover.
- Tinhas razão amiga, eu soube-o sempre, mas sou homem, levo algum tempo a reconhecer e a aceitar. Ajuda-me por favor, diz-me o que faço e como.
- Não posso, não devo, já tens as cartas todas, agora ou jogas para ganhar, ou sairás de mãos vazias, ficando com um sabor amargo que nunca te abandonará, nem que te ajudem. Olha que sei do que falo.
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